A sala principal de exposições do Museu Bienal de Cerveira vai acolher a maior mostra individual do projeto “People I Saw but Never Met” (Pessoas que vi mas nunca conheci) do artista Zadok Ben-David, que propõe um retrato de uma sociedade global, num mundo sem fronteiras.
A instalação, com curadoria de Mafalda Santos, estará patente até ao dia 25 de outubro e destacará o mais recente trabalho contínuo do artista.
As peças são inspiradas em fotografias, captadas pelo artista, de pessoas que observou ao viajar por 22 países da Europa, Ásia Central, Extremo Oriente, Austrália, EUA, Sibéria e Antártida, captando pequenos instantes da vida quotidiana e reunindo um grupo improvável de cidadãos globais, incluindo refugiados e imigrantes.
A instalação é composta por 9 125 figuras em miniatura feitas de aço inoxidável, pintadas à mão e gravadas com ácido químico, e cerca de 175 figuras grandes em alumínio, cortadas à mão. Cerca de 2 000 destas figuras foram desenhadas a partir de pessoas que Zadok fotografou em Portugal, nomeadamente na feira semanal que se realiza aos sábados em Vila Nova de Cerveira.
Para além da exposição, Zadok Ben-David irá inaugurar também, no Palco das Artes, a nova escultura de espaço público “Shadow of the Song”, que se junta às cerca de 50 peças patentes em Vila Nova de Cerveira de vários autores.
A sua obra integra a coleção do Museu Bienal de Cerveira, tendo recebido o Grande Prémio da XIV Bienal Internacional de Arte de Cerveira em 2007, e o património artístico de Vila Nova de Cerveira, com várias obras instaladas em espaço público, incluindo o icónico “Cervo” na rotunda à entrada da vila.
Mais conhecido pelas suas esculturas, instalações e obras de arte públicas, Ben-David explora temas ligados à natureza humana e à evolução, oscilando entre trabalhos delicados em miniatura e instalações monumentais. O metal tornou-se a linguagem preferida de Ben-David, o que contrasta com as subtis ilusões de ótica que cria a partir de um meio por vezes rude.
A programação do biénio 2025-2026 da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, F. P. (FBAC) tem como temática “Territórios sem fronteira”, promovendo a reflexão em torno do conceito de fronteira nas suas dimensões geográfica, social, mental e política, no contexto contemporâneo e nos processos de criação artística.
A iniciativa integra a candidatura “Territórios sem fronteira” (Apoio Sustentado – Artes Visuais – 2025-2026) e conta com o apoio da República Portuguesa –Cultura / Direção-Geral das Artes, tendo sido selecionada em primeiro lugar a nível nacional.
Segundo o presidente do Conselho Diretivo da FBAC, Rui Teixeira: “O reconhecimento do nosso programa como o melhor a nível nacional na área das Artes Visuais pela Direção-Geral das Artes é motivo de grande orgulho. Este novo ciclo expositivo reafirma Vila Nova de Cerveira como um polo incontornável da arte contemporânea, apresentando ao público uma programação de excelência com artistas de renome no panorama artístico nacional e internacional.”
De referir que o Museu Bienal de Cerveira é membro da RPAC – Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, da rota “Arte e Arquitetura Contemporânea a Norte” e foi distinguido pela APOM – Associação Portuguesa de Museologia com o prémio de Melhor Museu do Ano, em 2019.
O programa expositivo do Museu Bienal de Cerveira do biénio 2025-26 arranca a 29 de março, com a inauguração simultânea de duas exposições.