A Direção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP apontou hoje a reabertura do serviço de urgência de Valença como uma “prioridade” nas propostas de alteração ao Orçamento do Estado (OE) para 2023, hoje apresentadas publicamente.
A reabertura daquele serviço é uma das nove propostas apresentadas hoje pelo PCP de Viana do Castelo, no âmbito do “reforço de serviços, equipamentos e profissionais da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM)”
Segundo a DORVIC do PCP, “o ataque aos serviços públicos e, em particular, o enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), promovido por sucessivos Governos, teve particular expressão no distrito de Viana do Castelo onde se encerraram especialidades e valências, sendo particularmente sentido o encerramento do serviço de urgências na unidade hospitalar de Valença, fazendo com que algumas populações fiquem a duas horas de um serviço de urgências do SNS”.
Outras das reivindicações do PCP de Viana do Castelo prendem-se com o prolongamento da A28 até Monção e Melgaço e a revogação da cobrança de portagens naquela autoestrada que liga Viana do Castelo ao Porto.
“O PCP volta a apresentar esta proposta em sede de discussão do Orçamento do Estado, confrontando aqueles que na região convergem com este anseio, mas na Assembleia da República agiram em sentido contrário, em momentos anteriores”, recordam.
Os comunistas argumentam que uma deslocação entre “o centro da cidade de Viana do Castelo, capital de distrito, e o concelho de Melgaço pode demorar entre uma hora e meia e duas horas, com consequências brutais para a vida das populações e das empresas aí localizadas”.
“A ausência de ligação à rede nacional de autoestradas impede a superação deste constrangimento que atinge o concelho de Melgaço, mas também o de Moção”, sustenta a proposta de alteração ao OE para 2023.
A revogação da cobrança de portagens na autoestrada do Norte Litoral (A28), que sempre foi contestada pelo PCP, é sustentada com a “acelerada degradação das condições económicas e sociais dos trabalhadores e do povo e as dificuldades que pesam sobre milhares de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME)”.
“É tempo de confrontar aqueles que no Alto Minho dizem defender o fim das portagens na A28 ou a reabertura das urgências em Valença. Veremos se têm uma só palavra ou se, passadas as eleições, continuam a virar as costas ao povo do distrito”, avisa o PCP.
A DORVIC do PCP de Viana do Castelo propõe ainda medidas para responder à “carência de transportes públicos”, que segundo os comunistas é uma “realidade particularmente sentida no Alto Minho” e que “representa um sacrifício permanente para as populações”, o apoio à agricultura e aos agricultores, confrontados com o “galopante agravamento dos custos dos fatores de produção”, a valorização das pescas e apoio aos pescadores, o direito ao ensino e à educação, a concretização do direito à Habitação, a defesa e valorização da floresta.
O PCP considera “expectável” que aquelas propostas não venham a ser acolhidas pelo Governo, tal como dizem ter acontecido no passado, com “o argumento de que não há dinheiro”.
“O PCP insiste na afirmação de que existem meios bastantes para responder às necessidades do país. Basta recusar continuar a dar 1,4 mil milhões de euros às concessionárias das autoestradas, ou recusar opções de entrega de 17 mil milhões de euros para a banca como aconteceu na última década. Fizemos as contas e, por exemplo, a gratuitidade de todos os transportes públicos no plano nacional custa muito menos e absorve muito menos recursos do Orçamento do Estado do que as Parcerias Público Privadas da rodovia”, sustentam.
As propostas de alteração ao OE para 2023 foram apresentadas hoje, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Viana do Castelo, onde participaram Amélia Barbeitos, membro do secretariado da DORVIC, Cláudia Marinho, vereadora na Câmara local e Jaime Toga, membro da comissão política do Comité Central do PCP.