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Conclusão do estudo de reconfiguração do portinho de Vila Praia de Âncora previsto para final do ano

O presidente da Câmara de Caminha disse, esta segunda-feira, que o estudo de reconfiguração do portinho de pesca de Vila Praia de Âncora deve estar pronto até final do ano “já com propostas e soluções de reconfiguração” da infraestrutura.

Contactado pela agência Lusa, a propósito de uma visita técnica realizada pelo professor Trigo Teixeira, do Instituto Superior Técnico, responsável pela elaboração do estudo, Miguel Alves explicou que aquele trabalho, financiado pelo programa Mar 2020, “foi encomendado pela Direção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM)”.

“As situações difíceis dos portos de Vila Praia de Âncora, em Caminha e Ericeira, em Lisboa, são consideradas prioritárias pela DGRM e a expetativa é que o estudo técnico possa estar concluído até ao final do ano já com propostas e soluções de reconfiguração da Infraestrutura”, afirmou o autarca.

De acordo com uma nota enviada pela Câmara de Caminha, do “estudo deverá resultar o desenho de um novo ‘layout’ do porto, já com as correções necessárias, com vista a proceder-se à respetiva avaliação de impacto ambiental e depois à concretização das intervenções conjuntas da DGRM e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nos molhes de proteção”.

“O objetivo do trabalho dos especialistas é propor uma nova configuração para o porto de Vila Praia Âncora de forma a minimizar as condições de assoreamento, reduzir substancialmente as necessidades de dragagem de manutenção, e, sobretudo, melhorar as condições de segurança para as embarcações no acesso ao porto”, especifica a nota.

A última dragagem efetuada naquele portinho “resultou num investimento de 1,722 milhões de euros, financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e com a DGRM a suportar a componente nacional (455.829 euros)”.

A operação permitiu extrair cerca de cem mil metros cúbicos, depositados no cordão da Duna dos Caldeirões.

Miguel Alves acrescentou que o assoreamento daquele portinho “continua a olhos vistos”, esperando-se que, “entre a primavera e o verão”, possa ser efetuada nova operação. “Há já um contrato que o permite. A Câmara tem vindo a promover estas soluções e encontros, de modo a resolver um problema criado desde o início da construção do novo porto, exigindo que os pescadores profissionais e desportivos sejam ouvidos ao longo do processo, o que está a acontecer”, destacou.

Na semana passada, o professor Trigo Teixeira e os responsáveis da DGRM e da APA, em coordenação com a Câmara de Caminha, reuniram-se com os pescadores profissionais e desportivos para debater os pressupostos e soluções da reconfiguração do portinho há muito desejada.

“Ficou clara a importância da dragagem realizada até ao final de dezembro, mas também as suas limitações, decorrentes da morfologia do porto e do permanente movimento de sedimentos”, sublinha a nota.

Para Miguel Alves, “a presença daqueles responsáveis no terreno foi importante para perceberem que, infelizmente, é preciso continuar a fazer dragagens e que elas têm que acontecer já este ano”.

Em julho de 2021, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, assinou, em Vila Praia de Âncora, um contrato que permite para assegurar dragagens até 2023, até que seja encontrada uma solução estrutural” para o portinho de Vila Praia de Âncora.

O assoreamento no portinho de Vila Praia de Âncora, que conta com pouco mais de vinte embarcações de pesca tradicional e uma centena de pescadores, é um problema recorrente devido à configuração do portinho, construído há mais de uma década.

Estima-se que a atividade piscatória envolva perto de 200 pessoas em Vila Praia de Âncora, da pesca propriamente dita à venda e ou à restauração.