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Alto Minho reconhece “esforço” de desconto nas autoestradas, mas “fica aquém”

O presidente da Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) admitiu hoje que os descontos nas portagens anunciados pelo Governo para sete autoestradas, entre elas a A28, representam um “esforço”, mas considerou que “ficam aquém” das reivindicações da região. 

“Obviamente que reconhecemos o esforço, mas fica muito aquém da nossa reivindicação, desde 2010, que é a abolição total das portagens na A28. É uma medida positiva até se caminhar no sentido da isenção total do pagamento de portagens que, esperamos seja rápida”, afirmou Luís Ceia.

A Autoestrada 28 (A28) liga Viana do Castelo – capital do Alto Minho- à cidade do Porto.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou hoje, em Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, descontos nas portagens de sete autoestradas a partir do terceiro trimestre do ano para os “utilizadores frequentes”.

A governante explicou que se trata de “um desconto de quantidades”, exemplificando que a “partir do oitavo dia até ao 15.º dia haverá um desconto de 20% e a partir do 16.º dia até ao final do mês será um desconto de 40%”. 

Contactado pela Lusa, o presidente da CEVAL, estrutura que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo, disse ainda que a instituição “manter-se ativa na reivindicação de remoção do pórtico de Neiva”, por considerar que os descontos hoje anunciados pelo Governo vieram “reforça a justeza das revindicações” do tecido empresarial da região.

“Esta decisão do Governo dá-nos razão porque o pórtico de Neiva nem sequer ter sido colocado”, referiu.

Em causa está o pórtico de Neiva da A28, antiga SCUT (Sem Custos para o Utilizador) que liga Viana do Castelo ao Porto, situado à entrada de uma zona industrial da capital do Alto Minho e que é considerado “entrave” à atividade empresarial da região.

No dia 15, a Assembleia da República discutiu, em plenário uma petição pela eliminação do pórtico de Neiva da Autoestrada 28 (A28), com mais de sete mil assinaturas e entregue pela CEVAL em 2017.

Na altura, em declarações à Lusa, Luís Ceia disse que a eliminação daquele pórtico garantirá “equidade” no acesso aos distritos de Viana do Castelo e do Porto.

“A eliminação do pórtico reduzirá o custo da viagem, em portagens, do itinerário entre Viana do Castelo e o Porto, e vice-versa, em 0,65 euros para veículos da Classe 1 e em 1,25 euros para veículos da Classe 2, indo até ao encontro da perspetiva do Governo de baixar o custo das portagens nos territórios do interior”, sustentou.

Luís Ceia defendeu ainda, “sem redução de receitas das portagens na ligação entre Viana do Castelo e o Porto, a correção dos valores no pórtico de Modivas, em Vila do Conde”, considerando que a medida “contribuirá para uma maior utilização do metro do Porto”.

“Bastará um aumento de 0,25 euros no valor do pórtico de Modivas para garantir a perda de receita pela eliminação do pórtico do Neiva, que, atualmente, se traduz numa receita mensal de 350 mil euros”, referiu, baseando-se nos dados do estudo que acompanha a petição da CEVAL.

Segundo Luís Ceia, “se o valor for corrigido conduzirá à redução do número de veículos nas entradas e saídas do Porto, mais um passo para a descarbonização da cidade e para a diminuição do tempo da travessia da cidade para quem viaja do Alto Minho e Galiza para o sul e vice-versa”.

Segundo a ministra da Coesão Territorial, nas autoestradas A4, A24, A28, A25, A23, A13 e A22, antigas SCUT, já eram aplicados descontos e estes foram “harmonizados e aumentados”.

Segundo Ana Abrunhosa, estes descontos beneficiam os residentes ou os que se deslocam frequentemente às regiões, quer em termos de atividade económica ou turística.

Relativamente ao transporte de mercadorias, os descontos vão ser aumentados dos 30% para os 35% de dia e de 50% para 55% à noite.