A adega cooperativa de Monção, vai aumentar o salário mínimo pago aos cerca de 30 trabalhadores para 700 euros em 2020, “10% acima do valor anunciado pelo Governo”, foi hoje divulgado.
Em comunicado, a Adega de Monção, com 1.600 cooperantes e uma área vinícola 1.151 hectares, adiantou que aquele valor “representa um aumento de cerca de 7,7% em relação a 2019, ano em que a adega já tinha fixado o salário mínimo em 650 euros”.
A medida, hoje anunciada, “tem efeitos retroativos a 01 janeiro de 2020”.
“O aumento do salário mínimo além do valor fixado pelo Governo integra um conjunto de benefícios que a Adega de Monção tem vindo a implementar, no sentido de contribuir para a satisfação global dos nossos colaboradores, bem como de recompensar os mesmos pelo excelente desempenho e dedicação”, afirmou o presidente da direção, Armando Fontainhas, citado naquela nota.
A adega de Monção, concelho que juntamente com Melgaço forma uma sub-região demarcada dos Vinhos Verdes, e onde a casta Alvarinho é melhor representada, foi fundada a 11 de outubro de 1958, por iniciativa de 25 viticultores e produz, entre outros vinhos, as marcas “Alvarinho Deu La Deu”, “Muralhas” ou “Adega de Monção”.
Segundo dados da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), a sub-região de Monção e Melgaço tem uma área total de 45 mil hectares, 1.730 dos quais cultivados com vinha, sendo que a casta Alvarinho ocupa cerca de 1.340 hectares.
A sub-região tem no mercado 253 marcas de verde, produzidas por 2.085 viticultores e 67 engarrafadores.
Por ano, os dois concelhos produzem 10,2 milhões de litros de vinho verde (74% branco, 10% tinto e 3% rosé).
Desde 2015, a produção de Alvarinho foi alargada a outras zonas do país, fora dos dois concelhos do Alto Minho, em resultado de acordo alcançado pelo Grupo de Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo anterior Governo PSD/CDS e liderado pela CVRVV, defensora do alargamento da produção daquele vinho aos 47 municípios que a integram.
O acordo foi aceite pelo município de Monção. Já os produtores de Melgaço, acionistas da empresa “Quintas de Melgaço”, cuja maioria do capital é detido pela autarquia, contestam o acordo, considerando que “prejudica” a sub-região.