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Sindicato acusa supermercado de “forçar” despedimento de trabalhadoras em Monção

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) acusou, esta quinta-feira, o grupo DIA de estar a “forçar” o despedimento, “sem direitos” de oito trabalhadoras da loja de Monção, entretanto encerrada, e deslocadas para Arcos de Valdevez.

Em declarações à Lusa, a dirigente local do CESP, Rosa Silva, explicou que a loja de Monção daquela cadeia de supermercados encerrou no final de junho, tendo a totalidade dos trabalhadores sido deslocadas para Esposende, no distrito de Braga, a 110 quilómetros de distância.

“Para trabalharem em Esposende, só em transportes teriam de despender mais de 1.500 euros por mês quando o salário ronda os 600 euros. Alegaram os prejuízos causados e a empresa alterou a ordem de transferência para loja dos Arcos de Valdevez. Hoje deveria ter sido o primeiro dia de trabalho, mas as trabalhadoras concentraram-se à porta da loja para exigir a definição de um horário de trabalho compatível com a rede de transportes públicos”, explicou.

Rosa Silva adiantou que “os transportes coletivos de Monção para Arcos de Valdevez funcionam de segunda a sexta-feira, às 07h00, às 11h25 e às 17h30 e, no regresso a casa, o último autocarro parte de Arcos de Valdevez pelas 17h30”.

“Não há qualquer transporte público aos sábados, domingos e feriados. A prática da empresa nestas situações é obrigar os trabalhadores a cumprirem o mapa de horário da loja, com turnos diferentes, e que neste caso funciona entre a 08h30 e as 21h30”, referiu.

“A empresa está a criar uma situação insustentável, sabendo de antemão que os trabalhadores não terão condições para assumir o horário de trabalho em vigor na loja, por falta de transportes, pretendendo com isto que os trabalhadores se despeçam e abdiquem de exigir os seus direitos”.

A sindicalista adiantou que o caso foi participado esta quinta-feira à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

“As trabalhadoras só querem ser despedidas para terem direito à indemnização e à declaração que dá acesso ao fundo de desemprego por extinção do posto de trabalho. A empresa só quer dar 40% da indemnização e não quer dar desemprego. É inaceitável”, especificou. 

Segundo Rosa Silva, “das oito trabalhadoras, quatro estão de baixa médica, algumas por razões psicológicas”.

Contactado pela Lusa, o grupo DIA esclareceu que “pauta a sua atuação pelo rigoroso cumprimento da lei laboral vigente em Portugal e que sempre esteve e estará disponível para encontrar as melhores soluções para minimizar o impacto decorrente do encerramento e transferência de colaboradores de lojas”.

No esclarecimento escrito enviado à Lusa, o grupo adianta que “estão a ser analisadas todas as possibilidades que contribuam para a manutenção dos postos de trabalho por forma a que a operação de loja decorra dentro da normalidade desejada por todos”.

Fonte: Lusa