Um alegado ataque de lobo vitimou duas ovelhas na manhã de segunda-feira, em Romarigães, Paredes de Coura.
O proprietário dos animais, que preferiu não ser identificado, confirmou o ocorrido, afirmando que, “pelos ferimentos, não há dúvidas de que o responsável foi um lobo”.
“Convém as pessoas nesta zona terem conhecimento de que o lobo anda por aí”, alertou o dono das ovelhas, sublinhando a importância de os criadores de gado estarem atentos aos riscos.
O ataque ocorreu num terreno agrícola, onde a presença de lobos tem sido registada esporadicamente.
O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma espécie estritamente protegida em Portugal, abrangida pela Lei de Proteção do Lobo-Ibérico (Lei n.º 90/88, de 13 de agosto) e pelo Decreto-Lei 54/2016, de 2 de agosto. Além disso, está coberto por vários tratados internacionais de conservação da natureza.
Em Portugal, a espécie beneficia de um plano de ação específico – o Plano de Ação para a Conservação do Lobo-Ibérico em Portugal –, que visa garantir a sua proteção e minimizar conflitos com as atividades humanas, nomeadamente a pecuária. Medidas como a compensação por prejuízos causados por ataques e o apoio a sistemas de proteção de rebanhos têm sido implementadas.
Apesar do estatuto de proteção, os ataques a animais domésticos continuam a gerar preocupação entre os agricultores. Especialistas recomendam a adoção de medidas preventivas, como o uso de cães de guarda, vedações reforçadas e o recolher noturno do gado.
Autoridades locais e organizações ambientais têm trabalhado em campanhas de sensibilização para promover a coexistência entre humanos e lobos, espécie crucial para o equilíbrio dos ecossistemas. Exemplo disso é o projeto Life Wild Wolf, que tem como objetivos a preservação do lobo e a gestão de conflitos.