“Apesar da concertação de vontades políticas e de todas as ferramentas tecnológicas, ainda existe muita e diferente burocracia entre países, fator impeditivo de um maior crescimento da cooperação e de projetos comuns”, afirmou Rui Teixeira.
O diretor do AECT Rio Minho e Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira participou, na terça-feira, no XIII Plenário da Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, no Porto, tendo destacado as prioridades para o futuro da cooperação, mas também enunciado os pontos fracos e as reivindicações que gostaria de ver debatidos na próxima Cimeira Ibérica, agendada para 23 de outubro, em Faro.
Na presença do Presidente da CCDR Norte, António Cunha, e do Presidente da Xunta de Galicia, Alfonso Rueda, Rui Teixeira integrou a mesa-redonda dedicada ao ‘Reforço da Cooperação de Proximidade’. Sublinhando que “a proximidade sempre existiu, e saiu reforçada com a adesão à CEE, e a constituição das Eurocidades e dos AECT”, o diretor do AECT Rio Minho e autarca cerveirense acredita que “há necessidade e vontade de continuar o trabalho de cooperação e de proximidade, pelo que não se pode esquecer que a verdadeira proximidade é a fronteira e é aí onde devem ser investidos os financiamentos INTERREG e POCTEP”.
No capítulo das prioridades para futuro, Rui Teixeira defendeu o desenvolvimento e o reforço da cooperação e criação de valor “através de projetos comuns na área da inovação, investigação e desenvolvimento”; e a mobilidade, nomeadamente “a melhoria da frequência de comboios na linha do Alto Minho e as ligações rodoviárias através do prolongamento da A28 até Valença, a melhoria da N13 e a ponte para As Neves”.
Mas como prioridade principal e de grande preocupação, devido ao impacto social, económico e ambiental, “a defesa do Rio Minho, no que diz respeito ao seu caudal, limpeza, assoreamento e espécies inovadoras, deve ser assumida por todas as entidades, sobretudo numa altura em que a próxima cimeira ibérica tem como tema central ‘Água um bem comum’.
Como pontos fracos e revindicações, Rui Teixeira apontou a “muita e diferente burocracia entre países, fator impeditivo de um maior crescimento da cooperação e de projetos comuns, sobretudo em áreas essenciais como a circulação de menores, questões relacionadas com o Rio Minho, mobilidade, educação e saúde”.
Organizado pelo AECT Galiza Norte de Portugal, o XIII Plenário da Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, que reuniu esta terça-feira no Terminal de Cruzeiros de Leixões, ainda debateu a premência da adoção do Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço pelos Governos de Portugal e Espanha.
A 35.ª Cimeira luso-espanhola vai realizar-se em 23 de outubro, em Faro, e terá como tema central ‘Água um bem comum’, e contará com uma participação alargada de 13 ministros de cada país, além dos dois chefes de Governo, Luís Montenegro e Pedro Sánchez.