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Reforço de prevenção em escolas coloca “centenas” em isolamento no Alto Minho

O delegado distrital de Saúde Pública de Viana do Castelo disse que as novas medidas cautelares da Direção-Geral da Saúde colocaram centenas de pessoas das escolas da região em isolamento profilático para “estancar” a propagação da Covid-19.

“Não há motivos para alarme social. É uma medida cautelar de saúde pública. O número de alunos infetados pela doença não aumentou em relação a janeiro, nem pouco mais ou menos. Agora estratégia mudou, é outra e está relacionada com a transmissibilidade entre os alunos, eventualmente da variante inglesa. Estamos a acautelar a saúde pública”, afirmou esta segunda-feira à agência Lusa, Luís Delgado.

O responsável explicou que o objetivo daquela medida determinada pelo Ministério e pela Direção Geral da Saúde (DGS) “é o de estancar de imediato qualquer eventual surto” do vírus SARS-Cov2.

“Nós sabemos e temos dito à senhora diretora-geral da saúde que, de facto, o impacto social é muito mais complicado. Sabemos disso, mas sabemos que não gostaríamos de ter as medidas que tivemos em janeiro. A ver se conseguimos estancar isto”, referiu.

Nos dez concelhos do Alto Minho há, segundo Luís Delgado, “no conjunto de alunos, professores, funcionários e coabitantes, são centenas as pessoas em isolamento profilático pertencentes a escolas de Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Melgaço”.

O responsável da autoridade de saúde admitiu que a medida “é muito penosa para os professores e para os pais”. “Sabemos disso e comunicámos isso à senhora diretora geral da saúde, mas a determinação que temos é essa. Houve vários pais e diretores de agrupamentos escolares que nos têm questionado, mas o que respondemos é que se trata de uma medida cautelar de saúde pública”, frisou.

Segundo Luís Delgado, a determinação “é que, em caso de confirmação de infeção, todos vão para isolamento profilático. Isso é o grande problema. De facto, cria um impacto social muito grande, como é óbvio. Para nós é muito complicado, mas é a determinação que nós temos”, observou.

A DGS reforçou junto das escolas e delegados de saúde as medidas de vigilância sobre a circulação de novas variantes de Covid-19 e a deteção de surtos nas escolas, que incluem a suspensão de atividades.

Segundo uma “Determinação da Autoridade de Saúde Nacional”, a que a agência Lusa teve acesso, caso seja detetado um caso positivo numa turma deve ser determinada, “de imediato e preventivamente” pela autoridade de saúde local “a suspensão de atividades da turma, para salvaguarda da saúde pública”, enquanto se aguardam os resultados laboratoriais dos testes moleculares (PCR).

Se o caso positivo tiver sido detetado com um teste rápido de antigénio e o teste PCR confirmatório der negativo será levantada a suspensão de atividades da turma, mas se o teste molecular for positivo, “toda a turma deve ser testada com testes rápidos de antigénio, desde que disponíveis, sendo imediatamente isolada profilaticamente por 14 dias”, refere o documento assinado pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“Mediante análise de risco realizada pela autoridade local, a estratégia de testagem deve ser tendencialmente aplicada a toda a escola, priorizando-se a sua execução nas turmas consideradas de maior risco”, sublinha o documento.

Perante a existência de outros casos confirmados, deve ser ponderado de imediato, o encerramento de mais turmas ou de toda a escola, adianta.

Contactada pela Lusa, uma fonte da DGS explicou que “esta determinação foi emitida pela primeira vez em 4 de abril, na sequência da abertura letiva presencial em idades mais jovens, com o objetivo de reforçar a vigilância epidemiológica, a testagem e a identificação genómica de estirpes, atenuando o potencial impacto do desconfinamento destes grupos etários na epidemia”.