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Abate em Mata Nacional de Caminha respeita Plano de Gestão Florestal

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) garantiu hoje que o abate de árvores em curso na Mata Nacional do Camarido, em Caminha, respeita o Plano de Gestão Florestal aprovado, em 2010, para aquela área.

Em resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento hoje enviado pela agência Lusa, na sequência de críticas dos vereadores do PSD na Câmara de Caminha, o ICNF adiantou que a intervenção, iniciada a 03 de fevereiro e com conclusão prevista para a próxima semana, tem-se “desenvolvido em total cumprimento legal do respetivo enquadramento”, acrescentando tratar-se de uma operação de “gestão tecnicamente adequada e sustentável, tomando em linha de conta critérios ambientais, sociais e económicos” da Mata Nacional do Camarido.

Segundo o ICNF, o Plano de Gestão Florestal, aprovado em 2010, e “alvo de publicitação” e de “apresentação na comunidade local”, é “um instrumento técnico que determina, no espaço e no tempo, as intervenções de natureza cultural e de exploração dos recursos, visando a produção sustentada dos bens e serviços por eles proporcionado e, tendo em conta as atividades e os usos dos espaços”.

“No âmbito dessa gestão e da sua permanente monitorização foram recentemente alienados lotes de material lenhoso, que se realça terem sido constituídos visando exclusivamente os objetivos de retirada de arvoredo derrubado, seco e em declínio vegetativo, de salvaguarda da segurança de pessoas e bens e o cumprimento das intervenções previstas no Plano de Gestão Florestal”, especifica aquele organismo.

Segundo o ICNF, a intervenção em curso resultou da “identificação do arvoredo em risco, imediato ou potencial, em face da ponderação de diversos critérios e parâmetros, com destaque para a avaliação da sua estabilidade, a sua localização junto de edificações e infraestruturas e ainda a consolidação de faixas de gestão de combustível”.

As intervenções visam “a redução de densidade de povoamentos puros no âmbito da condução das parcelas de pinhal e desbaste progressivo de acácias no âmbito da reconversão de povoamento de acácias em povoamentos puros e mistos com pinheiro”.

“Os trabalhos de abate e retirada do arvoredo em causa foram planeados para uma execução de curta duração, de modo a minimizar os incómodos sobre os utilizadores da Mata. Após a conclusão dos trabalhos serão concretizadas diversas intervenções visando a consolidação de faixas de gestão de combustível, a diminuição de riscos e suscetibilidades e a salvaguarda da segurança e conforto aos utilizadores da Mata”, refere ainda o ICNF.

Na segunda-feira, durante a reunião ordinária do executivo municipal de Caminha, os três vereadores do PSD manifestaram o seu “total desagrado” pelo abate “exagerado” de “várias árvores, nomeadamente pinheiros e eucaliptos centenários”, por parte do ICNF, que acusou de “estar a cortar árvores para vender a madeira”.

Os vereadores do PSD entendem que “não se deve aceitar tudo o que o ICNF faz somente pelo facto de ser uma entidade pública e consideram, simultaneamente, que esse facto não os torna impermeáveis à crítica”.

Acrescentam não concordar com a intervenção do ICNF por lhes parecer “excessiva e despropositada, principalmente numa altura em que se colocam tantos problemas de erosão costeira”.