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Teatro Art’Imagem retrata em Viana do Castelo a vida de um país em ditadura

O Teatro Art’Imagem vai retratar, em Viana do Castelo, na quarta-feira, às 21h30, a vida em Portugal durante a ditadura, através da peça “O Fascismo (Aqui) Nunca Existiu”, de José Leitão, anunciou hoje a companhia.

A centésima sétima criação do Teatro Art’Imagem, que sobe ao palco do teatro municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, vai mostrar “que país era Portugal entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o dia anterior à Revolução do 25 de Abril de 1974”.

O primeiro espetáculo de acolhimento de 2018, promovido pelo Teatro do Noroeste-CDV, companhia residente no teatro da capital do Alto Minho, recria a forma como “viviam os portugueses, como era a escola e o ensino, a religião na sociedade, os direitos dos trabalhadores, o estatuto das mulheres, as famílias, os pobres e os ricos”.

A criação de José Leitão abarca o período que vai de 1945, ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial e em que nasceu a personagem, um homem que dá testemunho de como foi viver em Portugal, nesses tempos, até à manhã do 25 de Abril de 1974″.

“Histórias, umas verdadeiras (ou mais ou menos), outras inventadas do seu pequeno mundo, próprias, da sua família ou dos seus vizinhos da ilha do Porto em que habitou durante a infância e juventude, misturadas com a vida das personagens e heróis que conheceu nos seus primeiros livros e filmes, na telefonia, onde o mundo, ainda que censurado, entrava em casa, a primeira em todo o bairro que teve um rádio, antes do aparecimento da televisão”.

Segundo o Teatro Art’Imagem trata-se de “um olhar muito pessoal, uma revisitação, uma retrospetiva do quotidiano da vida de um português e dos portugueses, através de alguém que, intervindo ativamente na vida política, social e cultural do país, interpreta com os olhos de hoje as suas vivências pessoais e os acontecimentos nacionais e globais que o marcaram como pessoa e marcaram um povo”.

“A pobreza, a fome, o medo, a condição e a luta das mulheres, as eleições do regime, o movimento sindical, as greves, a emigração, a tropa, a guerra colonial, a PIDE, a prisão e a tortura, as manifestações, a igreja, o Estado, os estudantes, a oposição, a descoberta do teatro”, adianta, têm testemunho em “O Fascismo (Aqui) Nunca Existiu”.

Com dramaturgia e encenação de José Leitão e assistência de encenação de Daniela Pêgo, a peça conta com as interpretações de Flávio Hamilton, Inês Marques, Luís Duarte Moreira, Patrícia Garcez e Susana Paiva.