O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda deu hoje nota que deu entrada “a um conjunto de perguntas ao Governo sobre as obras no Paço de Curutelo, em Ponte de Lima”.
O Paço de Curutelo, também conhecido como Castelo de Curutelo, considerado um imóvel de interesse público (IPP), através do Decreto nº 129/77, DR, I série, nº 226m de 20 de setembro de 1977.
“Este imóvel de interesse público é um paço em forma acastelada, com uma torre ou casa-forte com origens românicas, situado na freguesia de Ardegão, Freixo e Mato, no concelho de Ponte de Lima”, pode ler-se no comunicado hoje enviado às redações, pelo Bloco de Esquerda.
“Em 2022, foi adquirido pelo Grupo Vila Galé, através da empresa Xvinus – Companhia Enoturística, Lda e tem sido alvo de várias obras para a sua conversão num hotel de 4 estrelas. Obras estas que estão a destruir e a descaraterizar o edificado e a sua envolvência. Além de nova construção de grandes dimensões e completamente dissonante com a envolvência e com o monumento, a malha anciliar do paço foi sujeita a grandes alterações, bem como a paisagem em redor foi transformada drasticamente. Esta situação tem criado muita indignação na população do Alto Minho”, diz o Bloco.
O Bloco adianta ainda que “a Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural (ASPA), considera a obra que está em curso uma realidade chocante e que está em curso uma descaraterização profunda do Paço do Curutelo”.
No comunicado, o Bloco aponta que “especialistas, como historiadores, arquitetos e antropólogos, escreveram um texto público, onde demonstram o seu desagrado sobre a obra e consideram que “o espírito da intervenção que agora se perfila é dum completo desrespeito por qualquer noção integral do património representado pelo Paço de Curutelo, entendido na sua dignidade, na sua autonomia e na organicidade da sua implantação no território”. E afirmam que “nada do que concerne ao imenso valor patrimonial do Paço de Curutelo podia ser desconhecido dos promotores da obra, dado que o mesmo grupo encomendou a historiadores um dossier detalhado acerca da história familiar, evolução arquitectónica e significado contextual do conjunto. São estes, os dois primeiros subscritores do presente texto, os primeiros a denunciar o que entendem como uma grave violação do compromisso expresso pelo Grupo Vila Galé para com a devida valorização do monumento”.
Na pergunta endereçada ao Ministério da Cultura, “o Bloco quer ainda saber se esta obra tem tido acompanhamento arqueológico, atendendo à ocupação medieval do local”, lê-se ainda na nota enviada pelo Bloco de Esquerda.










