A Casa da Cultura de Melgaço acolhe a exposição “As Artes de Pesca nas Pesqueiras do Rio Minho”, onde são apresentadas fotografias, da autoria de Luís Borges, sobre esta atividade ancestral.
A mostra de fotografias é promovida pela Pesqueiras – Associação de Pescadores do Rio Minho e pelo projeto Raízes, um movimento que tem como objetivo “documentar saberes, práticas e valores locais”.
Segundo a organização, a exposição “vem dar corpo à recente inscrição da pesca nas pesqueiras do rio Minho no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”.
Fronteira natural entre Portugal e a Galiza, em Espanha, o curso internacional do rio Minho concentra, nas duas margens, só no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras, “engenhosas armadilhas” da lampreia, do sável, da truta, do salmão ou da savelha.
As estruturas antigas em pedra, “umas milenares e outras centenárias”, são descritas como “habilidosos sistemas de muros construídos a partir das margens, que se assumem como barreiras à passagem do peixe, que se via assim obrigado a fugir pelas pequenas aberturas através das quais, coagido pela força da corrente das águas, acabando por ser apanhado em engenhosas armadilhas”.
As pesqueiras do Rio Minho são “armadas” com o botirão e a cabaceira, as “artes” permitidas para a captura das diferentes espécies e que ainda hoje são utilizadas pelos pescadores.
A exposição que retrata os saberes e conhecimentos praticados pelos pescadores do rio Minho está patente na Casa da Cultura até ao dia 6 de maio.
Para além da exposição, o projeto tem previsto o lançamento de um livro alusivo às artes de pesca e a realização de workshops para os pescadores, sobre o fabrico artesanal das redes botirão e cabaceira.