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IMAGEM ARQUIVO/CM CAMINHA

Comando de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho fica sem 2.º comandante

O segundo comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, Paulo Barreiro, pediu a cessação de funções, deixando de exercer na quarta-feira, seis anos depois de ter ingressado naquela estrutura.

Contactado pela agência Lusa, o comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, Marco Domingues, adiantou que o pedido de cessação de funções foi apresentado no final de janeiro e produziu efeito na quarta-feira.

“Lamento profundamente a saída do segundo comandante. É uma perda importante, mas respeito a opção pessoal. Foram seis anos intensos, de muito trabalho frutífero e de muita dedicação. Fomos companheiros durante seis anos, com muitas batalhas travadas”, afirmou.

Marco Domingues, de 39 anos, disse esperar que o sucessor de Paulo Barreiro “seja apresentado pelo menos em abril”. “Já vamos tendo muito trabalho e sozinho não é fácil. Em janeiro, no distrito de Viana do Castelo, registaram-se nove incêndios. Em fevereiro foram 181”, frisou.

À Lusa, Paulo Barreiro, de 45 anos, disse sair “com sentimento de missão cumprida”. “Iniciei estas funções por três anos. Fiquei seis. Foram duros os anos de 2017, 2020, 2021 e 2022. A pandemia e furacões. A mudança de Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) para Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e, agora, o novo modelo”, afirmou Paulo Barreiro.

Em causa está uma das maiores mudanças do sistema de Proteção Civil que implicou o fim dos 18 comandos distritais de operações e socorro (CDOS) e a sua substituição por 24 comandos sub-regionais.

A mudança do sistema de Proteção Civil de uma estrutura distrital para um modelo sub-regional estava prevista acontecer em 1 de janeiro, mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) determinou para dia 4 daquele mês aquela transição devido às condições meteorológicas que se registavam na altura.

O fim dos 18 CDOS e a criação de 24 comandos sub-regionais de emergência e proteção civil estavam previstos na lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que entrou em vigor em abril de 2019.

No dia 9 de janeiro, segundo despacho do Ministério da Administração Interna publicado em Diário da República, foi designado ao abrigo do novo modelo de Proteção Civil, em regime de substituição, o licenciado Marco Domingues e o mestre Paulo Barreiro para o cargo de comandante e segundo comandante, respetivamente, do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho.

O Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho integra os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo.

Paulo Barreiro regressou na quarta-feira à Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), na qual exerceu funções até 2017, quando saiu para o então designado Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo.

“Dei o meu melhor e consegui. Estas funções absorvem muito. Pedi para sair por opção pessoal. Não tenho motivos que me obrigassem a sair, não tinha uma situação que me empurrasse pela porta fora. Foi uma opção pessoal e decidi sair agora, em tempo, para permitir à ANEPC fazer o ajuste necessário ao nível da sub-região”, disse Paulo Barreiro.

Com uma área total de 222 mil hectares, 162 mil hectares área florestal, o distrito de Viana do Castelo é composto por 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) são consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

Nos 2.250 quilómetros quadrados do distrito de Viana do Castelo, de acordo com o Censos de 2021, residem cerca de 232 mil habitantes.