O socialista Rui Teixeira, que venceu as eleições para a Câmara de Vila Nova de Cerveira nas últimas autárquicas, apontou como uma das “prioridades iniciais” do mandato impedir a prospeção e exploração de minérios no concelho”.
Em declarações à agência Lusa, a propósito da tomada de posse, no dia 16, como presidente daquele município do distrito de Viana do Castelo, Rui Teixeira garantiu hoje que “não permitirá a prospeção e exploração de minérios na freguesia de Covas e no concelho”.
A Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) já colocou em consulta pública o relatório de avaliação ambiental preliminar do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio das oito potenciais áreas.
Entre as oito áreas previstas para integrar o concurso internacional para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de lítio, encontra-se a Serra d’Arga, que abrange uma área de 10 mil hectares nos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo e Ponte de Lima, dos quais 4.280 hectares se encontram classificados como Sítio de Importância Comunitária.
A “reversão da concessão do Castelo da vila a privados e a devolução desse património” ao concelho, transformando-o “numa referência cultural e turística”, é outra das “prioridades iniciais” do seu mandato.
O castelo com origens no século XIII foi mandado construir pelo rei D. Dinis, e está classificado como monumento nacional. Até final de 2008 funcionou como pousada com o mesmo nome. Na altura, enquanto Pousada de Portugal, integrava o grupo Pestana, que a encerrou a pretexto de obras de reabilitação e não a reabriu.
Em 2019, em comunicado, a secretária de Estado do Turismo informou que o castelo reabrirá até final do ano transformado em hotel de quatro estrelas, com 41 quartos, restaurante e ginásio, num investimento estimado em cerca de três milhões de euros.
Rui Teixeira quer ainda “definir uma agenda cultural e económica ambiciosa que coloque Vila Nova de Cerveira novamente na vanguarda artística e Industrial do Alto Minho e de Portugal com um grande evento de referência e captação de indústria de base tecnológica”.
“Com a minha eleição, que muito me orgulhou pela confiança depositada pelos cerveirenses, com uma participação de 72% nas eleições, também assumi uma responsabilidade redobrada aliada ao programa ambicioso apresentado e que pretendo cumprir se não em quatro em oito anos”, sublinhou o também líder da comissão política concelhia do PS de Cerveira.
Além da elaboração do orçamento para 2022, Rui Teixeira vai também “efetuar uma auditoria às contas do município e da Fundação da Bienal de Arte, bem como reestruturar a organização interna da autarquia”.
O novo presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira vai ainda “solicitar um parecer financeiro e jurídico com vista à reversão da empresa Águas do Alto Minho (AdAM) e à remunicipalização da gestão das redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento básico”.
Rui Teixeira chegou a integrar executivo municipal de Caminha, em 2013, quando o estreante Miguel Alves recuperou para o PS a liderança daquela autarquia, mas em março de 2017 deixou o cargo para desempenhar as funções de vogal do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
“O cargo de vogal executivo é exercido em regime de exclusividade e, portanto, ao assumir a presidência da Câmara de Viana Nova de Cerveira deixo de exercer as funções que vinha desempenhando na ULSAM”, especificou.
O novo presidente da Câmara, que devolveu ao PS um município perdido em 2009 para o movimento Pensar Cerveira, toma posse no dia 16, às 10h30, no cine teatro de Vila Nova de Cerveira.
Segundo os dados do Ministério da Administração Interna e apuradas as 11 freguesias daquele concelho do distrito de Viana do Castelo, o ex-vereador da Câmara de Caminha e atual vogal da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) venceu as eleições, com 50,83% dos votos, e garantiu três mandatos, protagonizando uma das surpresas das autárquicas no distrito de Viana do Castelo.
O Movimento Independente Pensar Cerveira – PenCe, apoiado pelo PSD e CDS-PP, e liderado por Fernando Nogueira, atual presidente da Câmara, foi o segundo mais votado, com 41,18%, assegurando um lugar no executivo municipal.
O presidente derrotado nas últimas autárquicas, Fernando Nogueira, já anunciou, através da sua página pessoal no Facebook, que concorreu para manter a presidência da Câmara e como não conseguiu esse objetivo não assumirá as funções de vereador da oposição.