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Cabalar/EPA

Espanha fecha bares em todo o país e alarga proibição de fumar nas ruas

O Governo espanhol e as autoridades regionais do país acordaram hoje, por unanimidade, o encerramento de discotecas, bares e salões de baile, como medida de contenção contra a pandemia de covid-19. 

As autoridades aprovaram também a proibição de fumar ao “ar livre como, por exemplo, em esplanadas” e sempre que não seja possível manter a distância de segurança de dois metros entre as pessoas, medida que já está em vigor em duas das 17 regiões autónomas espanholas.

Os restaurantes deverão fechar à 01:00 e não poderão admitir clientes após a meia-noite.

Numa reunião de emergência das autoridades sanitárias das regiões espanholas, o ministro da Saúde, Salvador Illa, e os responsáveis regionais decidiram hoje coordenar uma série de decisões da administração pública para travar os surtos do novo coronavírus, que se manifesta de “forma diferente” por toda a Espanha desde que terminou o estado de alarme, no dia 21 de junho.

O ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, foi taxativo “anuncio que pela primeira vez decidimos adotar atuações coordenadas em matéria de saúde pública e estas medidas foram aceites por unanimidade“, começou por dizer.

Que fique claro: beber na rua está proibido, não se pode beber na rua“, disse o ministro, que fez também três recomendações: limitar as confraternizações ao grupo de convivência mais próximo, que os ajuntamentos tenham um máximo de 10 pessoas e que os trabalhadores dos centros de saúde sejam testados com frequência.

O ministro não precisou a data de entrada em vigor das novas restrições.

Esta decisão chega num momento particularmente delicado. Os dados sobre a evolução da pandemia na Espanha continuam a piorar. Ontem, quinta-feira, as várias comunidades relataram 2.935 novos positivos de covid-19 nas últimas 24 horas.

Espanha, com 47 milhões de habitantes, conta com mais de 28.000 mortes por covid-19, o que equivale a 110 casos em cada 100.000 habitantes, uma taxa de incidência bastante mais elevada do que as dos restantes países da Europa ocidental.

Medida poderá ser aplicada em Portugal

A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu, em conferência de imprensa, a possibilidade de essa medida ser adotada em Portugal.

“Neste momento não estamos a pensar em adotar uma medida semelhante”, respondeu a ministra. No entanto, admitiu “analisar e acompanhar com mais profundidade” a situação em Espanha. O Governo depois avaliará “se será também adequado ao nosso contexto”, disse.