Os trabalhadores portugueses na Galiza só terão de fazer o registo decretado para todos os visitantes de Portugal àquela região da primeira vez que cruzarem a fronteira, explicou à Lusa o responsável do Serviço Galego de Saúde.
“Não é preciso que preencha o formulário todos os dias. O que queremos é facilitar as coisas, dar as boas vindas à Galiza e não complicar, com uma medida que visa contribuir para a segurança de todos”, referiu António Fernandes Campa, do Sergas – Serviço Galego de Saúde, da Junta da Galiza.
Segundo publicado ontem, no Diário Oficial da Galiza, os viajantes provenientes de Portugal e de cinco comunidades do norte de Espanha que visitem a Galiza terão, a partir desta quarta-feira, de fazer um registo em que fornecem os contactos.
O registo, uma “norma que se aplica tanto a galegos que estiveram no exterior, como a visitantes estrangeiros”, pode ser feito através de um número de telefone (0034 881 002 021), ou um formulário disponível ‘online’ na página oficial do Sergas, indicou o responsável.
Aos trabalhadores transfronteiriços, quer portugueses na Galiza quer galegos em Portugal, basta preencher o documento da primeira vez que cruzem a fronteira, deixando em branco o campo da “data prevista de saída”, assinalou.
“Queremos simplificar a vida a quem nos visita”, garantiu António Fernandes Campa, explicando ainda que através do número de telefone disponível, os visitantes podem também saber que outras medidas preventivas estão em vigor na região, nomeadamente o uso de máscaras em espaços públicos como praias.
O objetivo, disse, “não é uma barreira ou controlo, mas facilitar a entrada das pessoas e ajudá-las a saber como proceder se houver algum problema”, podendo mesmo ser encaminhadas para um médico no caso de suspeitarem de covid-19 por causa de algum sintoma.
A informação sobre para que número devem telefonar os visitantes será disponibilizada nos hotéis, aeroportos e portos, em cartões informativos com um código QR (código de barras bidimensional cuja leitura é feita por telemóveis equipados com câmara).
O número de telefone, obrigatório a partir desta quarta-feira, está em funcionamento há já um mês e, ainda que não haja dados concretos, tem sido utilizado, segundo António Fernandes Campa, por vários visitantes, incluindo peregrinos que fazem o Caminho de Santiago a partir de Portugal.
Aos visitantes são pedidos dados como países visitados nos últimos 14 dias, data de entrada e saída na Galiza, local onde irá permanecer durante a estada na região, dados pessoais e de contacto.
De acordo com a norma publicada, a medida é aplicável a visitantes de países com alta incidência de casos da covid-19, onde as autoridades galegas incluem entre outros Portugal ou Bélgica, assim como a turistas ou residentes que tenham estado, nos últimos 14 dias, nas comunidades espanholas de Aragão, Catalunha, Navarra, País Basco e La Rioja.
Estes são, segundo a mesma fonte, territórios que nos últimos 14 dias tiveram uma incidência cumulativa (IA) de casos de covid-19 por 100.000 habitantes 3,5 vezes superior à da Galiza.
Segundo a última atualização, o número de casos ativos de coronavírus na Galiza é de 242: 85 em Lugo, 63 na área da Corunha, 47 na área de Vigo, 20 em Pontevedra, 20 em Santiago, sete em Ourense e zero em Ferrol.
Do total de pacientes positivos, um está nos cuidados intensivos, nove em internados em unidades hospitalares e 232 no domicílio.