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Volume de clientes nas zonas raianas do Alto Minho não chega a 20%

O volume de clientes da maioria das lojas nas zonas raianas do Alto Minho não chega a 20% do registado antes da pandemia de Covid-19, sendo que para 40,6% dos comerciantes os galegos representam mais de 80% do negócio.

Os dados divulgados esta segunda-feira constam das conclusões do inquérito “Reativação da Economia nas regiões de Fronteira”, realizado pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), entre os dias 5 e 15 de maio, que contou com a participação de 70 empresas do comércio, restauração e hotelaria das regiões raianas de Caminha, Melgaço, Monção, Valença e Vila Nova de Cerveira.

Em comunicado enviado à imprensa com os resultados do estudo, a CEVAL destaca que, quando questionadas sobre o período de tempo que conseguirão suportar a não abertura das fronteiras, “30% das empresas inquiridas afirma que conseguirá aguentar o seu negócio menos de um mês”.

Dos 70 inquiridos, “60,7% revelaram uma redução para menos de 20% do volume normal de clientes” e “91,4% das empresas inquiridas afirmaram que a Galiza tem impacto nas vendas dos seus negócios”.

“Como consequência da não abertura de fronteiras, 42,3% dos comerciantes inquiridos pondera despedir trabalhadores e 30,8% diz mesmo que poderá ter de encerrar a atividade”, refere a confederação que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo, que empregam mais de 19.000 trabalhadores.

As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha vão continuar encerradas até às 00h00 de 15 de junho devido à pandemia da Covid-19, segundo a resolução de Conselhos de Ministros publicada na quarta-feira, em Diário da República.

O controlo das fronteiras terrestres com Espanha está a ser feito desde as 23h00 do dia 16 de março em nove pontos de passagem autorizada. No distrito de Viana do Castelo, o único ponto de passagem autorizado é o que liga a cidade de Valença a Tui, na Galiza.

“A CEVAL, que sempre disse concordar com o fecho das fronteiras determinado pelo Governo, procurou com este estudo chamar a atenção para as dificuldades que o comércio transfronteiriço está a sentir, considerando ser imprescindível estar próximo e ouvir as empresas raianas, cujos negócios dependem dos turistas e visitantes galegos”, acrescenta a nota.

De acordo com as conclusões, “82,9% dos empresários inquiridos revelou que a atividade do seu negócio foi totalmente condicionada como resultado da implementação do estado de emergência” e, quando questionados relativamente à reabertura da economia, com a passagem para o estado de calamidade, “37,1% dos inquiridos disseram ter reaberto o seu negócio no dia 4 de maio, 37,1% revelaram não ter ainda retomado a atividade, já 25,7% indicaram que nunca suspenderam a sua atividade”.