As sete Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Monção criticaram, esta terça-feira, as prioridades do Governo na realização de testes de despistagem à Covid-19 e sublinharam a “atuação irrepreensível” da câmara local no combate à doença.
“Não conseguimos conceber que, sendo o Norte do país a zona mais afetada por esta desgraça, os tão anunciados testes ainda não terem sido aqui realizados, dando prioridade a outras zonas do país em que a incidência não é tão avassaladora”, referem as sete IPSS na posição conjunta.
No documento, divulgado na página de Facebook da Santa Casa da Misericórdia, as sete IPSS realçam que “as entidades responsáveis, nomeadamente, o Ministério da Saúde, emitiu recomendações que todas as instituições acataram e implementaram”, tendo “também prometidos meios de diagnóstico como mecanismo de defesa de todos os utentes e profissionais”.
“São essas promessas que ainda ao dia de hoje aguardamos serem cumpridas por parte do ministério competente”, reforçam.
Além da Santa Casa da Misericórdia de Monção, subscreveram o documento o Centro Paroquial Social de Barbeita, Centro Paroquial Social de São Pedro de Merufe, Centro Comunitário de Podame, CENSO, Centro Paroquial Social Pe. Agostinho Caldas Afonso e delegação local da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM).
No sábado, a Santa Casa da Misericórdia tinha lançado um apelo para que fossem realizados os “prometidos testes” aos utentes e também aos profissionais, que testaram positivo no primeiro teste e que poderão “já estar aptos a regressar ao serviço”. “A pressa está apenas em termos pessoal disponível para auxiliar os profissionais que estão a aguentar isto, para além do que seria expectável”, sublinharam na altura.
A Câmara de Monção confirmou, esta segunda-feira, a existência de 90 casos positivos de Covid-19, 67 dos quais relativos à Santa Casa da Misericórdia, seis mortes e dois doentes recuperados.
A posição conjunta hoje tomada pelas IPSS, que surgiu na sequência de um comunicado hoje enviado à imprensa pela comissão política concelhia do PS, exigindo a “igualdade de tratamentos entre pessoas e instituições”, e propondo “o alargamento dos testes realizados à Santa Casa da Misericórdia de Monção a todos os utentes e profissionais das demais instituições sociais existentes no concelho”, destaca ainda “a atuação irrepreensível” da autarquia presidida pelo social-democrata António Barbosa.
“O município de Monção tem estado sempre pronto e próximo das instituições, pelos seus utentes e serviços, sem termos expressado qualquer pedido de apoio e que, de forma permanente entrega material essencial à nossa proteção e aos serviços que prestamos”, destacam as IPSS.
As sete instituições que subscreveram a posição conjunta agradecem “ao presidente da câmara e ao seu executivo pela sensibilidade, prontidão e enorme espírito de solidariedade que desde o início teve para com as IPSS, fazendo não só o que devia, mas também o que podia”.
“Para além da disponibilidade de material, sempre se colocou ao nosso dispor, oferecendo a realização de testes de despistagem necessários/exigidos em cada momento, acautelando, atempadamente, soluções de emergência como é o caso da reserva de duas unidades hoteleiras para acolher tanto utentes como colaboradores das Instituições, em caso de necessidade. Ao município não foi necessário solicitar apoios, desde o primeiro momento foram prontamente disponibilizados”, assinalam.