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Hospital de Viana do Castelo com novo mamógrafo dentro de duas semanas

Um mamógrafo digital novo, um investimento de cerca de 100 mil euros da Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, deverá entrar em funcionamento dentro de duas semanas, informou hoje a instituição.

No início de abril, a Liga dos Amigos do Hospital (LAHV) lançou uma campanha de recolha de donativos para comprar o equipamento com um custo estimado de 100 mil euros.

Hoje, em declarações à agência Lusa, o presidente da LAHV, Defensor Moura, referiu ter chegado a “acordo com a empresa fornecedora aparelho para pagar, numa primeira fase, um montante total de 92.500 euros – 25% com a encomenda, mais 25% quando o mamógrafo estiver instalado e a funcionar, e os restantes 50% até final de novembro”.

“Como já recebemos donativos suficientes para pagar 50% do custo do aparelho, decidimos fazer a encomenda imediatamente, para começar o mais rapidamente possível a reduzir o sofrimento das mulheres com cancro da mama”, sublinhou.

O novo equipamento vem substituir um antigo existente na unidade, que “avaria com frequência”, causando “adiamentos de mamografias e de intervenções cirúrgicas programadas, com nefastas consequências para o equilíbrio psicológico das doentes”.

A aquisição do aparelho de mamografia digital, com estereotaxia, “evitará que, todos os anos, mais de 100 mulheres tenham de se deslocar ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto para a realização de biopsias e colocação do arpão de localização pré-operatória dos tumores da mama”.

O médico especialista em medicina interna, já reformado, antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo e fundador da Liga, referiu a encomenda foi feita “depois de os técnicos hospitalares terem analisado as propostas de quatro empresas e terem elaborado um relatório escolhendo o modelo desejado”.

“A escolha dos técnicos hospitalares teve o aval do presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM)”, destacou.

A ULSAM é constituída por dois hospitais, o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas, contando com 2.500 profissionais, entre os quais 501 médicos e 892 enfermeiros.

Defensor Moura realçou que a verba até agora recolhida resultou de “doações de muitas dezenas de beneméritos, cidadãos, empresas e até uma instituição bancária, com montantes que variam desde alguns euros a alguns milhares de euros”.

“Estamos perfeitamente confiantes no sucesso desta campanha de solidariedade para com as mulheres com cancro da mama, para reduzir o seu sofrimento nas repetidas viagens ao Porto e para realizar aqueles exames e biópsias no hospital”, adiantou.

Defensor Moura reforçou que a campanha de angariação de fundos continua a decorrer, porque “ainda faltam os restantes 50%, cerca de 46.125 euros”.

O médico salientou que “Portugal está entre os países que têm mais elevadas taxas de sobrevivência na Europa e, em Viana do Castelo, as mulheres têm a mesma elevada expectativa de sobreviver ao cancro da mama”.

“Para atingir esse objetivo, as mulheres vianenses sofrem muito mais incómodos durante as frequentes viagens que têm de fazer ao Porto e a Braga, muitas vezes com enorme sofrimento físico e psicológico”, especificou.

Para Defensor Moura, “algumas dessas viagens são inevitáveis, como por exemplo para efetuarem radioterapia, pelo facto de o distrito não atingir, atualmente, o número de habitantes requerido para a instalação desse meio de tratamento”.

Constituída há 38 anos, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo já ofereceu “múltiplos equipamentos técnicos, mais ou menos onerosos, para melhorar o apetrechamento dos serviços de urgência, de cirurgia, medicina, cardiologia, pneumologia, obstetrícia, pediatria e imuno-hemoterapia”.

A Liga, formalmente constituída em 1981, tem na promoção da dádiva de sangue e no apoio direto aos doentes as suas principais áreas de atividade.

Fonte: Lusa