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Autarca de Viana pede alargamento dos serviços mínimos a todo o país

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, pediu esta quarta-feira ao Governo para alargar os serviços mínimos a todo o país, para minorar os impactos da greve dos motoristas de matérias perigosas.

Em comunicado, o autarca, que é também presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, referiu que “a requisição civil dos motoristas de matérias perigosas não pode abranger apenas Lisboa e Porto, já que todos os municípios estão a ser afetados por esta greve”.

Hoje, a administração dos Serviços Municipalizados de Saneamento Básico de Viana do Castelo (SMSBVC) decidiu reduzir a frequência da recolha de lixo no concelho devido à falta de combustível para abastecimento da frota automóvel, que já se sente no distrito.

A administração dos SMSBVC refere, em comunicado, estar “com dificuldade na obtenção de combustível” devido à greve dos motoristas de matérias perigosas.

No documento, a administração dos SMSBVC apela “à responsabilidade dos munícipes para que, na medida do possível, reduzam a quantidade de resíduos produzidos e consequentemente depositados nos contentores”.

No distrito de Viana do Castelo, seis municípios situados no vale do rio Minho (Monção, Melgaço, Valença, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira e Caminha) têm mais facilidade no acesso aos combustíveis face à proximidade com a Galiza.

O município de Viana do Castelo é, dos quatro concelhos situados no vale do rio Lima, (Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez), aquele que fica mais perto da primeira ponte internacional que liga vila Nova de Cerveira à povoação espanhola de Tomiño, a cerca de 42 quilómetros de distância.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.

O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

Fonte: Lusa