Mais de meio milhar de tocadores de concertina e cantadores ao desafio de Ponte de Lima vão participar, na noite de quarta-feira, nas tradicionais rusgas que marcam o início de seis dias de Feiras Novas.
“Para além das largas dezenas de milhar de cantadores e tocadores que se inscrevem para participar nas rusgas, muitos outros músicos se juntam para tocarem, cantarem e dançarem, madrugada dentro. É a espontaneidade deste povo que faz das Feiras Novas umas festas diferentes de todas as outras. É essa espontaneidade que vamos dar às várias centenas de milhar de pessoas que participam na romaria. É essa a essência das Feiras Novas”, explicou hoje à Lusa o presidente da Câmara de Ponte Lima, Victor Mendes.
O autarca adiantou que as rusgas são “o primeiro grande momento” da romaria, que começa na quarta-feira e termina no dia 10.
As rusgas começam a partir das 22h00, percorrendo as várias ruas e tasquinhas da vila. Esta tradição que marca o arranque oficial da edição 2018 das Feiras Novas dura “até ao amanhecer”, juntando cantadores e tocadores, mas também muitos outros que vão juntando-se à festa de uma forma espontânea.
Fonte da associação concelhia das Feiras Novas adiantou que antes das rusgas terá lugar um espetáculo de luz, som e pirotecnia dedicado ao rio Lima. Intitulado “Rio Lima Encantando”, o espetáculo, que terá a duração de 15 minutos, obrigará “à interdição da ponte medieval à circulação e permanência de pessoas”.
Além daquele espetáculo, a abertura “solene” da romaria inclui a inauguração da iluminação das ruas.
Este ano, a romaria que encerra o ciclo festivo do Alto Minho comemora 192 anos. As Feiras Novas foram criadas pelo rei Pedro IV, por provisão de 05 de maio de 1826.
O tradicional cortejo etnográfico, que se realiza no sábado à tarde, este ano, com a presença do ministro e secretário de Estado do Ambiente e de Fernando Pimenta, canoísta natural de Ponte de Lima que recentemente se sagrou campeão do mundo da modalidade, é outro dos pontos altos da festa.
A feira do gado e os concursos pecuários são também números obrigatórios. O ribombar dos bombos, grupos de Zés Pereiras, gaiteiros, concertos de bandas de música, folclore, tocatas, fogo-de-artifício, uma corrida de garranos e o cortejo histórico de domingo, com o tema “Ponte de Lima, fragmentos da história de uma Vila”, completam o programa da festa anual de Ponte de Lima.