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Concluída classificação do património geológico de Viana do Castelo

A classificação do património geológico do concelho de Viana do Castelo, que integra um total de 13 monumentos naturais, ficou hoje concluída, disse o Vereador do Ambiente e Biodiversidade, Ciência, Inovação e Conhecimento.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Carvalhido referiu que o Diário da República publica hoje a classificação dos últimos oito geossítios e sublinhou que, “com a conclusão daquele processo, fica garantida a proteção do património geológico do concelho”.

Os 13 locais agora classificados, integrados no geoparque do litoral de Viana do Castelo, “testemunham as principais etapas da evolução geológica, acompanhada da evolução da biodiversidade, do concelho nos últimos 500 milhões de anos”, frisou.

A classificação visa conceder a estas áreas “um estatuto legal de proteção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património geológico, bem como à valorização da paisagem”.

As áreas agora classificadas correspondem a oito monumentos naturais que abrangem uma área superior a 2.700 hectares e “foram selecionadas por avaliação dos geossítios identificados na segunda e penúltima fase de inventariação do projeto do geoparque litoral de Viana do Castelo” que a Câmara quer candidatar à UNESCO como Património da Humanidade.

O inventário resultou de um protocolo celebrado em 2010 entre a Câmara de Viana do Castelo e o Centro de Ciências da Terra da Universidade do Minho.

Aqueles sítios localizam-se predominantemente na faixa litoral do concelho, nos locais designados como pavimentos graníticos da Gatenha, com 27 hectares e situados no limite com o concelho de Caminha, as Cascatas do Poço Negro, com 52 hectares situadas na freguesia de Areosa, e as Cascatas da Ferida Má, geossítio que corresponde ao troço do rio Âncora, entre as freguesias da Montaria e Amonde com um total de 36 hectares, entre outros.

Ricardo Carvalhido adiantou que “o passo seguinte” do projeto “passa pela elaboração de um plano de gestão integrado dos geossítios com as restantes áreas classificadas do concelho, nomeadamente as áreas que integram a Rede Natura 2000”.

“Esse plano é que vai definir o que se pode ou não fazer naquelas áreas. É um documento exigido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que refletirá uma visão e uma lógica integrada da gestão do património classificado de Viana do Castelo”, reforçou.

A fase seguinte do projeto do geoparque do litoral de Viana do Castelo, explicou, passará pela “valorização” daqueles espaços naturais.

“Pretendemos tirar valor destes locais, não só do ponto de vista económico, por via do turismo, como do ponto de vista educativo e social”, referiu.

Promovida pelo Geoparque do Litoral de Viana do Castelo, entrou este mês em funcionamento, a primeira rede escolar de ciência e de apoio à investigação científica do país, instalada nas sedes de sete agrupamentos de Viana do Castelo, envolvendo cerca de três mil alunos e 30 investigadores.

A rede integra sete laboratórios que vão permitir “aos alunos do primeiro ciclo ao ensino secundário trabalharem com cientistas de várias zonas do país, consolidando a necessária aproximação das escolas à ciência – aos seus equipamentos, aos cientistas e aos problemas e metodologias em ciência”.

Em 2017, o geoparque garantiu ao concelho o Prémio de Melhor Município para Viver, atribuído pelo Instituto de Tecnologia Comportamental. Em setembro desse ano, a Câmara anunciou a constituição da associação do geoparque, que tem como membros fundadores diversas personalidades e associações de todo o concelho.