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Primeira escola distrital de bombeiros do país forma 100 recrutas no Alto Minho

A primeira escola distrital de bombeiros do país começou hoje, em Viana do Castelo, a formar 100 recrutas provenientes das 12 corporações do Alto Minho, “num esforço conjunto” que pretende “uniformizar o padrão de conhecimento” destes profissionais.

“É a primeira iniciativa, no país, a agregar um distrito inteiro no processo formativo dos seus bombeiros. O objetivo é manter um padrão uniforme do processo formativo, distribuindo o esforço formativo pelos diversos corpos de bombeiros”, afirmou o primeiro Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Viana do Castelo, Marco Domingues.

O responsável, que falava aos jornalistas no final da sessão de abertura do Curso de Formação de Ingresso Bombeiro Voluntário (CFIBV) de 2018, no quartel dos bombeiros municipais de Viana do Castelo, destacou que este projeto vem “agilizar a partilha de recursos técnicos e humanos” e “fomentar as relações interpessoais entre os elementos dos diversos corpos de bombeiros” da região.

“Ganham mais proximidade uns com os outros porque, na verdade, no teatro de operações trabalham todos em conjunto. Se estes elementos já se conhecerem, a montante, todo o processo de relacionamento torna-se mais fácil e consegue-se chegar ao sucesso das missões”, reforçou.

Há 650 bombeiros, entre 80 a 90 por cento voluntários, nas 12 corporações do Alto Minho, sendo que Viana do Castelo tem o único corpo profissional da região.

Os 100 recrutas da primeira escola distrital de bombeiros, lançada pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, em articulação com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), vão receber 240 horas de formação base de bombeiro, da responsabilidade dos comandantes das 12 corporações da região, e mais dois cursos, ministrados pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB), de tripulante de ambulância e de desencarceramento.

No final, a prestação de provas será também feita sob supervisão da ENB, em Sintra.

Para o presidente a Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, Luís Brandão Coelho, a escola distrital vem resolver o “problema da demora no ingresso numa escola”.

“O alistamento decorre num período mais ou menos dilatado e as pessoas ficavam a aguardar muito tempo até terem oportunidade de ingressar numa escola. Agora a ideia é que, anualmente, em janeiro, se inicie uma escola que reúne todos os candidatos que, durante o ano, se foram inscrevendo nos diversos corpos de bombeiros. Não se corre o risco de alguns candidatos, entediados com o tempo de espera, desistirem”, sublinhou.

Luís Brandão Coelho explicou que os 100 estagiários que iniciaram hoje a formação estão “agregados em turmas que funcionam em quartéis, previamente determinados”.

“O objetivo é que rodem pelos diversos corpos de bombeiros para conhecer a realidade do distrito, aproveitando os conhecimentos especializados dos vários técnicos que os compõem para que a qualidade da formação seja o mais elevada possível”, reforçou.

O Presidente da Câmara de Viana do Castelo e líder da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho José Maria Costa destacou o “espírito de cooperação” alcançado com o projeto agora iniciado.

“Era muito importante, do ponto de vista organizacional, termos este espírito de cooperação e, sobretudo, na área da formação. O distrito de Viana do Castelo tem falta de bombeiros, comparativamente com outros distritos do país. Este trabalho conjunto vai robustecer o pilar da proteção civil”, referiu.

O autarca socialista destacou que “já em 2017 o CDOS de Viana do Castelo tinha lançado um projeto piloto que atraiu para Viana do Castelo bombeiros de outras regiões do país para reforçar o dispositivo local”.

“A causa é comum a todos os municípios que têm de estar na primeira linha da defesa das populações”, disse.