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CM VILA NOVA DE CERVEIRA

Aplicação móvel para turismo acessível “reforça união” de Cerveira e Tomiño

Os municípios de Vila Nova de Cerveira e Tomiño “reforçaram” esta terça-feira a “união” daquele território transfronteiriço com a apresentação pública da aplicação móvel “Turismo Acessível”, com os principais pontos turísticos dos dois concelhos.

“É mais um passo para reforçar a vontade de caminharmos hermanados, cada vez mais juntos, num trabalho que pretende potenciar um território comum e que deve ser acessível a todos”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira.

O autarca português falava na apresentação pública daquela ferramenta, realizada no Fórum Cultural de Vila Nova de Cerveira acompanhado da congénere de Tomiño.

Sandra González afirmou que aquela ferramenta “é um primeiro passo para o reconhecimento mútuo” dos recursos do território transfronteiriço.

“É uma forma de colocar as pessoas a conhecerem-se e a debaterem questões conjuntas já existentes, olhando em frente para um mundo de oportunidades que se podem abrir ao território”, sublinhou a autarca galega.

O projeto de criação da aplicação tecnológica, associada ao conceito de acessibilidade para todos, venceu a edição 2018 do Orçamento Participativo Transfronteiriço Cerveira-Tomiño.

A aplicação móvel, “já disponível para Android e a aguardar aprovação para o sistema IOS”,  foi concebida, em conjunto, pela Escola Superior Gallaecia (ESG), com sede em Vila Nova de Cerveira, a delegação distrital da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal(ACAPO) e a associação galega “Persoas con Discapacidade Vontade”.

O objetivo é “disponibilizar uma aplicação para dispositivos móveis (‘app’) inclusiva, com o intuito de reforçar a acessibilidade e atrair visitantes com mobilidade condicionada para o território comum de Cerveira-Tomiño, através da criação de roteiros e percursos acessíveis, com indicação dos principais pontos artísticos, culturais e turísticos e da sua acessibilidade (com audiodescrição)”, especificou o município”.

Teresa Correia, da ESG, sublinhou a “funcionalidade interativa e bidirecional da aplicação, permitindo ao usuário sugerir alterações ou retificações nos percurso”.

A responsável explicou que, numa primeira fase, a aplicação “disponibiliza os monumentos, espaços ao ar livre, arte, arquitetura, museus e desporto, acompanhados por uma descrição, explicação da envolvência e acessibilidade existente, quer ao nível de estacionamento quer do percurso a efetuar”.

“É uma aplicação em constante atualização que irá, no futuro, ver acrescentada mais informação importante dos dois municípios. Para já está disponível em português e galego, mas no futuro poderá incluir a informação noutros idiomas”.

Catarina Carvalho, da ACAPO, destacou a “importância” da participação da associação dada a “especificidade” da deficiência visual. “A nossa intervenção na criação desta ferramenta foi muito importante porque a zona da descrição que tem de ser o mais pormenorizada possível. Tinha de ser uma aplicação com muita informação. Para quem vê pode achar que é demasiada, mas é a necessária para quem tem deficiência visual e se quer deslocar aos locais propostos para visitação”, destacou.

Para a responsável, esta aplicação “é mais um passo no caminho para uma sociedade inclusiva”.

Miguel Pazo, da Asociación Vontade (Tomiño) disse tratar-se de uma ferramenta que “ajuda à mobilidade das pessoas portadoras de deficiência” e realçou a “consciência que hoje os municípios têm para a adaptação de espaços para todos os cidadãos”. “Quantos mais espaços adaptados tivermos mais turismo teremos”, reforçou.

A implementação do projeto representou um investimento de 10 mil euros.

Este projeto resulta da segunda edição do Orçamento Participativo Transfronteiriço Cerveira-Tomiño, “iniciativa pioneira na eurorregião Galiza-Norte de Portugal incluída na Agenda Estratégica para a Cooperação Transfronteiriça Amizade Tomiño-Cerveira, projeto cofinanciado em 75% por fundos comunitários.

Além daquela aplicação foi apresentado um guia para o setor do turismo que “sintetiza ano e meio de trabalho conjunto para melhorar a divulgação e promoção da competitividade do setor, através da compilação dos principais recursos naturais, culturais e patrimoniais de ambos os municípios”.

Sónia Antunes, da Câmara de Vila Nova de Cerveira, explicou que aquele guia “pretende o desenvolvimento sustentável de um território comum, através da dinamização da economia local”.

“No caso de Vila Nova de Cerveira, o guia destaca o setor industrial e, no lado de Tomiño, o setor agrário, sobretudo da produção de plantas ornamentais, promovendo potencial turístico dos viveiros galegos. O guia pretende estimular criação de novos negócios em que o elemento central e agregador é o rio Minho, um rio que nos une”, disse.

Já Xavier Macias, da autarquia de Tomiño, referiu que a “ferramenta pretende melhorar o conhecimento mútuo, facilitar uma visão transfronteiriça dos recursos do território e o aparecimento de novas possibilidades de negócios”.