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Viana do Castelo: Município liderado há mais de três décadas pelo PS

Sete candidatos concorrem nas eleições de outubro à liderança da Câmara de Viana do Castelo governada há 32 anos pelo PS, sempre com maioria absoluta exceto em 1993, quando os socialistas tiraram a autarquia ao PSD.

Há 32 anos, o médico Defensor Moura ganhou, sem maioria, a Câmara da capital do Alto Minho ao social-democrata Branco Morais.

A partir de 1997 somaram-se as vitórias socialistas e as maiorias absolutas: a partir de 2009, com José Maria Costa, ex-secretário de Estado do Mar, e, desde 2021, com Luís Nobre.

Antes da gestão municipal socialista, o executivo foi liderado pelo PSD, entre 1976 e 1993.

As sete candidaturas formalizadas, encabeçadas por homens, contam com dois repetentes: o atual presidente da Câmara, Luís Nobre (PS), e o ex-social-democrata Eduardo Teixeira, que concorre pela terceira vez, mas agora pelo Chega. 

Mas, Viana do Castelo chega às eleições de 12 de outubro com um cenário político diferente do de 2021: há quatro anos, o Chega concorreu à Câmara sem conseguir eleger qualquer vereador, mas desde janeiro de 2024 que o primeiro eleito pelo PSD na autarquia, Eduardo Teixeira, desfiliou-se ao fim de 30 anos do partido e passou à condição de independente no executivo, ao mesmo tempo que integrou e foi eleito nas listas do Chega nas legislativas de 2024 e 2025.

As candidaturas da coligação PSD/CDS-PP, encabeçada por Paulo de Morais, da Iniciativa Liberal (IL), com Duarte de Brito Antunes, da CDU (coligação PCP-PEV), liderada por José Flores, do Bloco de Esquerda (BE),com Carlos Torre, do Chega, que tem como cabeça de lista Eduardo Teixeira, e da Alternativa Democrática Nacional (ADN), com Luís Arezes, concorrem contra o “poder instalado”, criticam a “estagnação do concelho”, que dizem “não sair da cepa torta”, por considerarem que “o PS está desgastado com 32 anos de governação”. 

A mobilidade, a habitação, a saúde e os investimentos no desenvolvimento do concelho têm sido algumas das prioridades apontadas pelas diferentes candidaturas.

O concelho de Viana do Castelo, capital de distrito, tem 319 quilómetros quadrados e, no final de 2024, a população residente no município ascendia a 86.975 pessoas, tendo registado um aumento de habitantes de 1,1% entre 2021 e 2024, abaixo da média nacional (3,2%).

De acordo com dados de 2024 da Pordata, do total de habitantes, as mulheres são em maior número (45.592) que os homens (41.383), sendo que entre 2021 e 2024 a população envelheceu. 

A maioria da população residente no concelho – 53.385 (61,4%) – tem entre 15 e 64 anos, enquanto a minoria tem menos de 15 anos, representando 10.096 crianças (11,6%).

O concelho tem 11.119 microempresas, 404 pequenas e médias empresas, 56 médias e 14 grandes empresas.

Os setores de atividade com mais pessoal empregado são os das indústrias transformadoras, comércio a retalho, atividades administrativas, construção, restauração e similares.

A habitação é outro problema do concelho. Além da falta de casas, o preço atingiu valores incomportáveis para a maioria da população.

O preço mediano de venda de novas casas para habitação familiar foi, em 2024, de 2.122 euros por metro quadrado e de 1.472 euros por metro quadrado para as já existentes.

Viana do Castelo é limitada a norte pelo município de Caminha, a leste por Ponte de Lima, a sul por Barcelos e Esposende, e a Oeste pelo oceano Atlântico.

Atualmente, o executivo de Viana do Castelo é composto por cinco eleitos pelo PS, um eleito pela CDU, um vereador independente (eleito pela coligação PSD/CDS-PP) e dois vereadores da coligação PSD/CDS-PP.

A Assembleia Municipal é composta por 55 deputados, sendo que do PS são 21. A coligação PDS/CDS tem 11 deputados, a CDU tem cinco.

Para a Assembleia Municipal, há quatro anos o Bloco de Esquerda, o Chega e a Aliança elegeram também, cada um, um deputado, tal como o movimento cívico Para Servir o Povo de Viana (PSPV) representado por Joca – o deputado do povo.