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Palácio da Brejoeira comprado por investidores sauditas

O Palácio da Brejoeira, uma das propriedades mais emblemáticas do concelho de Monção, foi adquirido por investidores sauditas ou associados à Arábia Saudita. A transação inclui o palácio e a quinta envolvente, mas os valores envolvidos e a identidade dos compradores não foram divulgados, devido a cláusulas de confidencialidade.

De acordo com o jornal Público, a informação foi confirmada por Emílio Magalhães, até agora acionista maioritário da Brejoeira, com 55% do capital. Segundo dados anteriormente avançados em negociações passadas, o valor de referência da propriedade rondava os 25 milhões de euros. É a primeira vez que investidores ligados à Arábia Saudita entram no setor vitivinícola em Portugal, embora o objetivo do negócio possa estar também ligado ao turismo, nomeadamente ao setor hoteleiro.

A propriedade, classificada como Monumento Nacional, tem uma área de 28 hectares, dos quais 17 são dedicados à produção de vinho Alvarinho, oito correspondem a zonas de bosque e três a jardins. O palácio de estilo neoclássico foi construído no início do século XIX e está situado na freguesia de Pinheiros, no concelho de Monção.

A marca Palácio da Brejoeira, reconhecida na região dos Vinhos Verdes, foi criada por Hermínia Paes em 1976, depois de herdar a propriedade em 1937. Foi também Hermínia Paes quem modernizou a produção e apostou na casta Alvarinho. Após o seu falecimento, em 2015, Emílio Magalhães tornou-se acionista maioritário da empresa em 2016. Os restantes 45% do capital pertencem a uma família de Lisboa.

A Brejoeira esteve à venda durante vários anos, tendo despertado o interesse de múltiplos investidores, entre os quais o grupo Amorim, a Sonae, o empresário Amancio Ortega e Joe Berardo. Mais recentemente, a Symington, grupo ligado ao setor do vinho do Porto e do Douro, também demonstrou interesse na aquisição, com o objetivo de associar a marca a uma unidade hoteleira de luxo. No entanto, a proposta foi abandonada devido à reduzida área de vinha e aos custos elevados de reabilitação do palácio.