É uma arte antiga que remonta a séculos e que enfrenta o risco de extinção em muitas localidades. Com o avanço do consumo rápido e da produção em massa de calçado, a profissão de sapateiro tem vindo a perder terreno. Exemplo disso é o de Luís Cruz. Às portas da reforma, este monçanense despede-se da sua oficina de reparação de calçado, mas não encontra ninguém disposto a continuar o seu ofício.
Os sapateiros, mestres na arte de prolongar a vida útil dos sapatos e preservar a história das peças, são hoje uma raridade, e as gerações mais jovens mostram pouco interesse em aprender este valioso saber.
Apesar de tentar passar a loja e o negócio, a realidade atual revela-se desanimadora. A arte de reparar calçado vai-se perdendo, e poucos são aqueles que querem investir numa profissão que exige conhecimento especializado e dedicação.
Com o avanço da globalização e a expansão das grandes cadeias de distribuição, os comércios locais e profissões tradicionais, como a do sapateiro, têm vindo a desaparecer, enfrentando dificuldades em competir com as ofertas padronizadas e os preços baixos das grandes superfícies.
Sem um sucessor à vista, a vila perde um pedaço da sua alma e das suas tradições. Luís encerra as portas com a sensação de missão cumprida, mas com um aperto no coração por ver a sua arte e o seu ofício a chegarem ao fim.