Em preparação para a Romaria das Boas Novas, a decorrer de 24 a 28 de abril, foi lançado um filme promocional intitulado “O Povo Que Deu Voz à Romaria” com realização do designer Osvaldo Liquito Mesquita, banda sonora de Cláudia Pascoal e voz off de José Manuel Monteiro. O filme mobilizou cerca de 200 pessoas, das quais 100 no elenco e outra centena a colaborar atrás das câmaras.
As gravações decorreram entre a Ribeira de Viana, Mazarefes, Perre e Castelo do Neiva, ocupando sete meses de preparação, três meses para o desenho da sinopse e da preparação do filme e cerca de quatro meses para gravações, montagem e edição.
Dividido em duas histórias paralelas que se entrelaçam no final, o filme mostra , de um lado, uma mãe da Ribeira que se despede do filho que parte para o mar. Do outro lado, em Mazarefes, acompanha-se a história de Maria, desde o seu nascimento até à sua velhice. É esta figura central, bem como a sua família que representa tantas mulheres do campo: humildes, fortes e cheias de amor.
As duas Marias encontram-se no dia da Romaria, num momento que une não só as personagens, mas também os dois territórios, as suas histórias e os seus corações.
O realizador Osvaldo Liquito Mesquita refere que “queríamos, acima de tudo, criar um filme feito de afeto, de verdade, de amor. Não queríamos cair no exagero, nem fazer algo que parecesse uma caricatura ou um número de carnaval. Sabíamos que estávamos a tocar num tema delicado, e que bastava um passo em falso para tudo perder o sentido. Por isso, cada detalhe foi pensado com o máximo respeito e cuidado, e a banda sonora foi essencial para manter esse equilíbrio. A música da Cláudia Pascoal deu-nos a emoção certa, o tom certo.”
“Levamos muita da nossa alma para este filme. Foi um projeto feito com o coração nas mãos e com um profundo sentido de responsabilidade. Para nós, foi um verdadeiro privilégio poder trabalhar com as mulheres da Ribeira, que trouxeram verdade, força e uma emoção genuína a cada cena. Foram elas que deram densidade e humanidade à narrativa, e sem elas, este filme nunca teria tido o mesmo peso. Com este trabalho, Mazarefes não só deu corpo à Romaria, como também lhe deu voz, a voz do povo, da fé e da memória coletiva”, destaca ainda Osvaldo.
A produção contou com a colaboração da PSP de Viana do Castelo, com o apoio da junta de freguesia de Mazarefes e Vila Fria, em articulação com a União de freguesias de Meadela, Monserrate e Santa Maria Maior, que trataram das licenças necessárias, da Paróquia de Mazarefes e do museu paroquial de Perre.