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Incêndios: Alto Minho recupera segundo meio aéreo perdido há quatro anos

Os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo voltam a contar, este ano, com dois meios aéreos de combate a incêndios, quatro anos depois de terem perdido um helicóptero de ataque inicial, foi hoje divulgado.

Em declarações à agência Lusa, a propósito de uma nota enviada às redações sobre a apresentação, na segunda-feira, do Plano Operacional Distrital no âmbito Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2023, o comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, Marco Domingues, explicou que o novo meio aéreo vai juntar-se ao já existente no Centro de Meios Aéreos, situado em Arcos de Valdevez.

Desde 2010 e até 2019, o distrito de Viana do Castelo dispunha de dois helicópteros ligeiros, sediados naquele centro.

Nos últimos quatro anos, autarcas e proteção civil têm vindo a reclamar a colocação de um segundo helicóptero no Alto Minho.

Além dos dois meios aéreos, o DECIR 2023 vai contar, a partir de 01 de junho, “período de maior empenho operacional e nas várias dimensões, com 96 equipas, que integram um total de 455 operacionais de diversas forças”.

Marco Domingues revelou ainda que Carlos Pereira é o novo segundo comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, após o pedido de cessação de funções apresentado, em janeiro, por Paulo Barreiro.

Carlos Pereira era, até agora, segundo comandante nos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira.

Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

Marco Domingues adiantou que “as 12 corporações existentes na região integram 736 bombeiros, sendo que apenas 66 são exclusivamente profissionais e integram a corporação dos sapadores” de Viana do Castelo.

Além da capital do Alto Minho, também Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.

As “11 corporações de voluntários dispõem de um total de 670 elementos, dos quais 243 são funcionários das associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros, o que representa 38% do efetivo”.

“Neste último universo incluem-se os 95 profissionais que guarnecem as 19 Equipas de Intervenção Permanentes”, sublinhou.

Segundo dados revelados pelo comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, entre 01 de janeiro e até 14 de maio, ocorreram no distrito de Viana do Castelo 341 incêndios que consumiram cerca de 1.370 hectares de terrenos.

Ponte da Barca, com 98 fogos, lidera a lista dos concelhos mais afetados pelas chamas, seguido de Arcos de Valdevez, com 65, Ponte de Lima (54), Viana do Castelo (34), Monção com 21, Melgaço e Paredes de Coura, ambos com 20 ocorrências, Valença com 18, Caminha (10) e Vila Nova de Cerveira, com apenas um incêndio.

Marco Domingues explicou que “a investigação da GNR às ocorrências registadas até à data no Sistema de Gestão de Incêndios Florestais referente a 2023, concluiu que 41% dos incêndios investigados tiveram origem em queimadas para renovação de pastos, 28% em queimada de sobrantes florestais ou agrícolas, 7% queima de amontoados, 5% dos fogos foram desencadeados por indivíduos inimputáveis, 1,4% reacendimentos e 0,3% para queima de lixo”.