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Rendas industriais em Valença comparam favoravelmente face a Mós, na Galiza

Um estudo comparativo da Associação Empresarial de Mós (Aemos), na província de Pontevedra, Galiza, indica que os preços nas zonas industriais de Valença, distrito de Viana do Castelo, podem ser os segundos mais baratos face ao concelho espanhol.

De acordo com um estudo da Aemos a que a Lusa teve acesso, em Valença a oferta mais cara de terrenos industriais chega aos quatro euros por metro quadrado (m2) por ano, mas em encontros recentes com empresários galegos “a própria Câmara Municipal de Valença do Minho deixou claro que existia solo dependente de comunidades vizinhas ao preço simbólico de 1 euro/m2/ano, em concessões a 20/30 anos”.

O principal objeto do estudo realizado pela Aemos é a “a fuga de empresas estabelecidas na zona industrial de Monte Faquiña [em Mós, a sul de Vigo]”, que se trata de “uma realidade, assim como a ausência de interesse na zona por parte de novas indústrias”, segundo a associação.

“Das 30 empresas estabelecidas na zona, estima-se que apenas cinco puderam renovar a concessão ou negociar a sua continuidade através de outros regimes”, alerta a associação local, que critica “a postura inegociável da Comunidade de Montes de Tameiga, proprietária dos terrenos”.

Segundo uma extrapolação feita pela Aemos para uma parcela industrial de cinco mil metros quadrados, em Valença, “assumindo os 4€/m2/ano, o preço chegaria aos 20 mil euros”, mas com o modelo de concessão a 1€/m2/ano mencionado pela Câmara, “ficaria logicamente em 5 mil euros”.

“No caso da comunidade de Montes de Dornelas, a parcela alcançaria os 4.900 euros anuais, enquanto que na Plisan [Plataforma Logística Industrial Salvaterra – As Neves, também em Mós] de Salvaterra seriam 8.950 euros”, refere o estudo.

Já no caso das parcelas da Xestur Galicia (empresa pública galega de gestão de solos), na zona industrial de A Veigadaña (Mós), o direito de superfície nos dois anos iniciais resultaria num preço de 11.250 euros por ano.

Assim, os valores mais baixos de Valença comparam desfavoravelmente apenas com a Comunidade de Montes de Dornelas, também em Mós, a sul de Vigo, que tem um preço de 0,98 euros/m2/ano, segundo o critério que determina o preço em regime de direito de superfície.

Já segundo informação da Xestur Galicia, os preços na zona industrial de A Veigadaña, vão dos 2,25 euros/m2/ano nos dois primeiros anos de instalação até aos 5,25 euros/m2/ano a partir do quinto, com 3,75 euros/m2/ano nos 24 meses intermédios.

Os preços não bonificados do solo industrial da Plisan, se inferiores a 20 mil m2, custam 1,79 €/m2/ano, e se superiores, descem para 1,33 €/m2/ano.

Quanto à Comunidade de Montes de Tameiga, onde fica a zona industrial do Monte Faquiña, principal objeto da comparação do estudo, os preços ascendem aos três euros/m2 por mês, o que leva o preço anual para os 36 euros/m2 por ano, o mais caro.

No texto, a associação refere que “os empresários, a título individual, agrupados em plataformas de lesados, bem como na organização em que participam no município, têm tentado levar o novo proprietário do terreno à razão” em Montes de Tameiga, para que favoreça a continuidade das empresas locais.

As que têm conseguido prosseguir naquela zona industrial depois de ultrapassados os prazos de renovação, lograram a permanência “graças a sentença judicial favorável ao concessionário”, mantendo os preços do antigo proprietário, o concelho de Mós, segundo a associação local.