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CDU exige fim da Águas do Alto Minho por continuarem “erros” de faturação”

A CDU exigiu hoje o fim da Águas do Alto Minho (AdAM) por “continuar com os mesmos erros” este mês, “repetindo-se situações de faturação indevida”, apesar do prazo dado pelos presidentes de Câmara à empresa para a sua resolução.

“Em fevereiro, em conferência de imprensa, os sete autarcas do distrito de Viana do Castelo que aderiram à empresa de gestão das redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento Águas do Alto Minho (AdAM) deram como limite para a resolução dos erros de faturação a próxima fatura, março, e isso não aconteceu”, disse hoje o coordenador da concelhia da CDU de Viana do Castelo.

A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.

Contactado pela agência Lusa a propósito de um comunicado hoje emitido pelo partido, o coordenador da concelhia comunista, Filipe Vintém, apontou o seu caso pessoal como exemplo “dos erros de faturação continuam a ocorrer.

“A minha fatura de março vem com erros. Os valores não batem certo. É cobrada mais água do que a consumida”, especificou.

Segundo o coordenador, “um conjunto de pessoas fizeram chegar aos vários eleitos do partido, em Arcos de Valdevez e Caminha, queixas do mesmo teor”.

Filipe Vintém apontou as Câmaras de Arcos de Valdevez e Caminha como exemplos da acusação que o partido inclui no comunicado hoje enviado às redações onde refere que, “procurando esconder responsabilidades próprias e proteger a empresa, várias autarquias colocaram funcionários municipais ao serviço da empresa para procurar responder aos milhares de protestos e reclamações”.

Em declarações à Lusa, também a vereadora da CDU na Câmara de Viana do Castelo, Cláudia Marinho, disse que no simulador, criado em fevereiro pelo partido, “cerca de três a quatro dezenas de pessoas do distrito de Viana do Castelo informaram”, através daquela aplicação na Internet, “que as faturas continuavam com erros”.

“Além do simulador, tenho recebido imensos ‘e-mails’ relacionados com duas questões, a mais grave prende-se com queixas de pessoas que cancelaram o pagamento da água por débito direto, mas que o valor da fatura de março lhes foi retirado das contas bancárias, indevidamente, e também da excessiva burocracia para terem direito à tarifa social e das filas de espera que voltaram a aumentar nas lojas da empresa”, referiu.

Na nota hoje enviada à imprensa, a CDU relembrou que, em fevereiro, “os presidentes de Câmara dos sete municípios que integram a AdAM promoveram uma conferência de imprensa para dizerem que estavam fartos e cansados de problemas como faturas fora de horas ou valores exorbitantes cobrados pela empresa”.

A CDU recorda que num “comunicado conjunto, os presidentes de Câmara declaravam basta de erros, basta de promessas, basta de faturas fora de horas, basta de códigos de pagamento caducos, basta de valores exorbitantes, basta de estimativas irrealistas, basta de telefonemas não atendidos, basta de comunicação errática”.

“Perante uma forte e justificada indignação da população, os autarcas garantiam que os problemas tinham que ser resolvidos até à chegada da próxima fatura, caso contrário tomariam medidas”, sustenta a nota da CDU.

De acordo com o partido, “os presidentes de Câmara dos sete municípios continuam mais empenhados em defender a empresa e esta solução desastrosa do que em honrar a palavra e tomar a única medida que se impõe, a dissolução da empresa e a devolução do serviço aos municípios”.

Para a CDU, “os autarcas não podem alegar que foram enganados, nem podem dizer que desconheciam as consequências deste processo”, sendo que nos dois últimos anos os comunistas têm “vindo a alertar e denunciar que este caminho conduziria à degradação do serviço e ao aumento dos preços”.

“Mesmo assim, os presidentes de Câmara (do PS, PSD e CDS) decidiram embarcar nesta negociata, com os resultados que estão à vista de todos. A CDU continuará a intervir na denúncia da situação e dos seus responsáveis. Denunciamos que os presidentes de Câmara não honraram a palavra dada e insistem em proteger a AdAM em prejuízo das populações. Não desistiremos de lutar pela reversão deste processo, exigindo a extinção da AdAM e o regresso da água à gestão dos municípios”, reforça.