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Autarca de Viana defende que regionalização é determinante

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, defendeu, esta terça-feira, que a regionalização “é determinante” para a definição dos fundos do novo quadro comunitário de apoio (QCA) destinados à cooperação transfronteiriça.

Citado numa nota de imprensa do município, José Maria Costa considera que o atraso no processo de regionalização “está a prejudicar o desenvolvimento do país e da região Norte”.

“Precisamos verdadeiramente da regionalização para melhorarmos a nossa performance na preparação do novo QCA. A regionalização daria um contributo muito importante na definição de uma estratégia única e conjunta para a região Norte, em que a coesão territorial fosse a pedra basilar e em que pudéssemos apresentar projetos com Castela e Leão e com a vizinha Galiza, para termos mais capacidade de intervenção e, acima de tudo, mais capacidade de desenvolvimento”, afirmou o autarca durante um congresso dos governos locais, a decorrer na Polónia.

Segundo a nota da autarquia, este congresso junta líderes políticos regionais, funcionários dos governos, executivos de empresas e organizações não-governamentais de toda a Europa.

José Maria Costa, o “único” autarca português convidado a intervir, disse ainda que “a cooperação transfronteiriça na Europa é um ativo importante”.

“Temos de a saber usar”, pediu, referindo que “a cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha é diferente das outras regiões”, pois trata-se de “uma região mais despovoada e com problemas demográficos muito acentuados”.

Durante o painel “Cooperação e intercâmbio de Experiências como chave para o sucesso”, o presidente da câmara defendeu ser “importante que, nas próximas eleições, os candidatos portugueses ao Parlamento Europeu tenham uma consciência muito clara destas preocupações e do que se poderá fazer mais no país a nível da cooperação transfronteiriça”.

“Sem regionalização não há verdadeira cooperação transfronteiriça. Adiar a regionalização é estar a prejudicar o processo de cooperação, porque é muito mais complexo às instituições que estão no terreno poder cooperar com as outras instituições que estão do lado espanhol”, reforçou.

Para José Maria Costa, “este é o momento indicado para a cooperação transfronteiriça dar um salto qualitativo”, referindo-se à preparação do novo QCA e sustentando que a “regionalização é determinante para construir um novo envelope financeiro para a cooperação transfronteiriça”.

“É necessário uma grande dose de audácia, inovação e alguma revolução, para delinear uma estratégia concertada entre as regiões do norte de Portugal e de Castela e Leão e da Galiza, que valorize, por exemplo, os grandes investimentos que estão a ser feitos do lado de lá da fronteira e que promova uma política comum de formação e cooperação de centros de formação nos clusters que estão a emergir de ambos os lados da fronteira”, acrescentou.

O autarca defendeu ainda que, atualmente, “a cooperação transfronteiriça já não se direciona para as infraestruturas, como no passado, mas para a formação, a inovação, o conhecimento, a autenticidade e identidade cultural, a mobilidade, e as novas formas de energia”.

Fonte: Lusa