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Dia Internacional do Património Cultural Imaterial celebra novas inscrições nacionais

O Dia Internacional do Património Cultural Imaterial é assinalado hoje, em Lisboa, tomando por protagonistas as mais recentes inscrições no inventário nacional, como os Pauliteiros, das Festas Tradicionais de Miranda do Douro, e as práticas coletivas do bombo.

Segundo o instituto público Património Cultural, que promove as iniciativas de hoje no Palácio Nacional da Ajuda, a jornada tem início às 09h30, com a entrega de placas comemorativas a representantes de manifestações inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), nos dois últimos anos, seguindo-se o encontro “Intersecções do Património”, que reúne “oradores com diferentes saberes e experiências”.

A cerimónia de entrega das placas conta com a atuação dos Pauliteiros, em representação das festas tradicionais de Miranda do Douro, e dos Tocá Rufar, exemplo de práticas coletivas do bombo, igualmente inscritas no INPCI. Também haverá prova do Bolo de Tacho de Monchique.

O encontro “Intersecções do Património”, por seu lado, abordará “o Património Cultural Imaterial nas suas múltiplas dimensões – territorial, simbólica, social e espiritual -“, e debate “a sua interação com outros tipos de Património: natural, imóvel e móvel”, como explica o instituto Património Cultural em comunicado.

“Assumida a importância das manifestações do Património Imaterial no seio das comunidades que as mantêm vivas, importa pensar modelos de gestão colaborativa, que envolvam especialistas, autoridades e representantes locais nos processos de decisão e salvaguarda do Património”, escreve o instituto Património Cultural sobre o encontro.

Por isso, acrescenta o instituto, o encontro visa “reforçar a articulação entre diferentes agentes e aprofundar uma abordagem transversal e inclusiva ao Património Cultural”.

Na sessão de hoje serão entregues placas a representantes de 11 manifestações, entre as mais recentes inscrições no INPCI: práticas coletivas do bombo em Portugal, técnicas de decoração da Olaria do Redondo, Romaria de São Bento do Cando (Arcos de Valdevez), Bolo de Tacho de Monchique, danças rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro, romeiros de São Miguel, Açores, Marchas Populares de Lisboa, transumância da Serra da Estrela, Lanço da Cruz, de Valença, aprendizagem e uso do Braille e procissão de Nossa Senhora do Reguengo do Fetal, na Batalha.

Desde 2024 entraram 19 manifestações no INPCI, que também incluem a arte-xávega de Espinho, o bordado de Castelo Branco, a Festa das Cruzes de Barcelos e a Festa das Cruzes do Guardão, em Tondela, o processo de produção do Barro Negro de Molelos, a Festa e Romaria de São Tomé de Ançã, em Cantanhede, a Festa de São Gonçalinho, em Aveiro, e a Procissão de Triunfo, em Lamego.

O registo no INPCI é condição prévia para a apresentação de uma candidatura do Património Imaterial junto da UNESCO, agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, que já inscreveu na sua lista manifestações como Fado, Dieta Mediterrânica, Cante Alentejano, Falcoaria, Figurado de Barro de Estremoz, Carnaval de Podence, Festas do Povo de Campo Maior.

A Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial foi adotada em 17 de outubro de 2003 e ratificada por Portugal em 2008. Atualmente, Portugal tem oito manifestações inscritas na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Em 2011, “Fado, Canção Urbana Popular de Portugal” foi a primeira manifestação portuguesa classificada.