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CÂMARA DE VIANA DO CASTELO

Corpo de Couto Viana trasladado para mausoléu dos artistas de Viana do Castelo

Os restos mortais do poeta e escritor de Viana do Castelo António Manuel Couto Viana vão ser trasladados do cemitério da Ordem Terceira para o mausoléu de artistas e homens de letras, no cemitério municipal, foi hoje divulgado.

Em comunicado, a Câmara de Viana do Castelo explicou que a cerimónia, integrada nas comemorações do centenário do nascimento de Couto Viana, decorrerá no sábado, às 17:00, num momento acompanhado pela guarda de honra da Companhia de Bombeiros Sapadores Viana do Castelo.

Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, encenador, ator, gastrólogo e autor de livros para crianças, António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo, a 24 de janeiro de 1923.

Publicou meia centena de livros de poesia e cerca de 80 títulos de outros géneros literários, com relevo para os livros de ensaios e memórias.

Couto Viana morreu em Lisboa, a 8 de junho de 2010, e foi sepultado no cemitério da Ordem Terceira, em Viana do Castelo.

No sábado, os seus restos mortais serão trasladados para o mausoléu, criado pela autarquia, em homenagem aos artistas e homens de letras da cidade.

O programa comemorativo dos 100 anos do seu nascimento inclui, às 11h00, na biblioteca municipal, o lançamento do livro infantil “Quem gosta de animais cresce mais”, de sua autoria e com ilustração de Vítor Pi.

Além do lançamento do livro, na sala da biblioteca municipal batizada com o nome do poeta e escritor será ainda entregue o Prémio Escolar António Manuel Couto Viana aos alunos vencedores da edição 2022/2023.

Para as 18:30, também na biblioteca municipal, será ainda lançada a antologia poética de Couto Viana, intitulada “Por dentro de mim dou a volta ao mundo”.

Além “do teatro e da poesia, Couto Viana dedicou-se também à literatura infantojuvenil, escrevendo e traduzindo livros, e dirigindo publicações como a revista Camarada (1949-1951)”.

A “obra poética de António Manuel Couto Viana figura nas principais antologias de língua portuguesa e espanhola, tendo os seus poemas sido traduzidos para castelhano, inglês, francês, alemão, russo e chinês”.

A câmara destaca que a poesia de Couto Viana foi já estudada por David Mourão-Ferreira, Artur Anselmo, Tomaz de Figueiredo, Eduíno de Jesus, Rodrigo Emílio, João Maia, Franco Nogueira, João Bigotte Chorão, José Carlos Seabra Pereira, Beatriz Basto da Silva, Mário Saraiva e Joaquim Manuel Magalhães.

Foi galardoado com o Prémio Antero de Quental (em 1949 e 1969), o Prémio Luso-Galaico Valle-Inclan (em 1960), o Prémio Nacional de Poesia (em 1965), o Prémio da Academia de Ciências (em 1971), o Prémio de Literatura da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (em 1988) e o Prémio Camilo Pessanha (em 1992), da Fundação Oriente.

De “1986 a 1988, viveu em Macau, onde exerceu funções docentes no Instituto Cultural. Na última década, teve como residência até ao seu falecimento em junho de 2010 a Casa do Artista, em Lisboa, onde continuou a fazer parte da Comissão de Leitura para a Educação e Bolsas, da Fundação Calouste Gulbenkian”.

A autarquia recorda ainda que foi agraciado com a Banda da Cruz de Mérito, Grã-Cruz da Falange Galega e Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique, sendo que o município de Viana do Castelo lhe atribuiu a Medalha de Mérito Cultural e lhe dedicou uma sala na biblioteca municipal.