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Ponte da Barca inicia estudo arqueológico de igreja consumida pelo fogo

O presidente da Câmara de Ponte da Barca disse hoje à Lusa que a primeira fase da reconstrução da igreja de Lavradas, consumida por um incêndio em dezembro passado, vai começar na sexta-feira com o estudo arqueológico do templo.

“Numa primeira fase vamos fazer um estudo arqueológico para ver se existem vestígios históricos naquele espaço, nomeadamente uma pequena capela que existiria naquela zona. Só depois desta fase concluída poderemos avançar para o projeto de reconstrução”, explicou Augusto Marinho.

O autarca social-democrata acrescentou que “outra intervenção prioritária prende-se com a necessidade de proteção das paredes que não foram destruídas pelas chamas”.

“Há necessidade de proteger as quatro paredes para evitar que a chuva cause infiltrações e crie mais problemas”, explicou o autarca.

O apoio do município aos trabalhos iniciais foi formalizado, em dezembro, num protocolo assinado com a fábrica da igreja.

O presidente da Câmara de Ponte da Barca disse não estar ainda quantificado o montante do investimento na reconstrução da igreja, datada do século XVII, afirmando apenas que se trata de um “valor muito elevado”.

“São obras de valor muito elevado, ainda não está quantificado. Também não temos uma previsão para a conclusão da reconstrução. Vai ser um trabalho longo, que vai exigir muito de todas as entidades envolvidas”, adiantou Augusto Marinho, destacando o apoio da Diocese de Viana do Castelo.

O autarca realçou ainda o “empenho” da população no processo de reconstrução da igreja, manifestado através de uma “onda de solidariedade muito positiva”.

“Já reunimos, em audiência, com o Presidente da República que manifestou toda a disponibilidade em colaborar com iniciativas que venham a ser realizadas para angariação de fundos e para manter a onda de solidariedade ativa e presente”, disse.

Após o incêndio que destruiu a igreja, foi aberta uma conta solidária numa instituição bancária para recolha de donativos e criada uma página nas redes sociais intitulada “Vamos reconstruir a nossa igreja seguida por 1.087 pessoas.

Contactado pela agência Lusa, o padre de Lavradas, Filipe Sá afirmou que a onda de solidariedade tem sido “fantástica”.

O pároco escusou-se a adiantar mais pormenores sobre o processo de reconstrução, aguardando pela conclusão do estudo arqueológico que a autarquia vai realizar.

O bispo de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, deslocou-se ao local no dia do incêndio e celebrou missa, no dia de Natal, na sede a Junta de Freguesia e da Associação Lavradas, espaço disponibilizado à paróquia local, na sequência do fogo que destruiu a igreja.

Anacleto Oliveira também apelou à solidariedade de todas as paróquias da diocese, sugerindo que os donativos recolhidos durante as missas de Natal nas igrejas do Alto Minho fossem canalizados para a recuperação do templo.