A criação de uma rede atlântica de ‘networking’ entre negócios de turismo ligados à pesca e ao património marítimo em Portugal, Espanha e França é o objetivo do projeto europeu ontem apresentado em Viana do Castelo.
Em causa está o projeto europeu ‘FISATUR – Atlantic Network of Tourist Experiences to Promote the Fishing and Maritime Cultural Heritage’ (rede atlântica de experiências turísticas para promover o património cultural marítimo, em tradução livre), liderado por seis parceiros espanhóis, franceses e portugueses.
Em Portugal, está a ser desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, em parceria com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).
O FISATUR, apresentado no centro de mar, instalado a bordo do navio-museu Gil Eannes, abrange, em Portugal, a zona entre Viana do Castelo e Esposende.
Em Espanha, a procura de projetos tradicionais ou inovadores associados à pesca e ao património marítimo incidirá na Galiza e, em França, na Bretanha.
O projeto começou em setembro de 2023, com a inventariação da oferta e da procura de produtos e serviços já existentes em cada país participante.
Em Portugal, esse levantamento for realizado em todo o litoral Norte, entre Valença e Matosinhos.
“Viana do Castelo é o concelho que mais iniciativas aparenta reunir. No total, de todos os concelhos, temos mais de 100 iniciativas identificadas, de cariz público e privado”, especificou a representante em Portugal do FISATUR Goretti Silva.
A segunda fase, iniciada em maio último e a decorrer até 19 de julho, prende-se com o período de candidaturas a projetos e ideias inovadoras.
“O objetivo é mobilizar as pessoas a participarem com contributos efetivos”, apontou.
A investigadora, docente e coordenadora de turismo do IPVC, explicou que “o número mínimo de interessados, privados ou instituições públicas, que podem concorrer a este projeto é de uma dezena, sendo que, por cada uma das três regiões europeias, serão selecionadas as duas melhores propostas que receberão um apoio financeiro de três mil euros para complementar o investimento do seu projeto”.
Além daquela verba, Goretti Silva adiantou que “o apoio mais estruturante é o processo de capacitação, elaborado de acordo com as necessidades dos líderes de projetos, passando por sessões coletivas, mas também privadas e de mentoria, adaptando a ajuda a cada projeto”.
A formação incidirá “em áreas como sustentabilidade, competências digitais, conhecimento político e jurídico relacionados com a tipologia de projeto, competências empresariais, competências pessoais, incluindo atendimento ao cliente e línguas e comunicação eficaz”.
O projeto pretende “promover práticas sustentáveis e inovadoras no setor do turismo ligadas à pesca e ao património marítimo, capacitando os agentes turísticos locais e promovendo a sustentabilidade ambiental, cultural e económica da região”.
A apresentação incluiu um passeio de barco no rio Lima, efetuado empresa Irmãos Portela, criada em 1985, que faz carreiras regulares entre as duas margens e, passeios turísticos naquele curso de água, apontado como “um caso de boas práticas no âmbito do turismo sustentável”.
Segundo Vítor Portela, em 2023, um dos responsáveis da empresa, no ano passado foram efetadas entre 40 a 45 mil travessias entre a cidade de Viana do Castelo e, o Cabedelo, em Darque.
O FISATUR é cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEMPA), gerido pela Agência Executiva para o Clima, Infraestruturas e Ambiente (CINEA).
Tem como parceiros, a Fundação para a Pesca e Marisco (FUNDAMAR), Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (ICSEM), Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, Centro de Inovação Empresarial (Technopole), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e Instituto Agro Rennes-Angers, em França.