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Especialistas consideram fenómeno como “algo totalmente extraordinário”

“Algo totalmente extraordinário”. Foi assim que os especialistas classificaram o que aconteceu na noite de sábado, pelas 23h46, quando um clarão de luz iluminou o céu em Portugal e Espanha.

“Converteu a noite em dia durante uma fração de segundo”, afirma José María Madiedo, director do projeto SMART, citado pela ´La Voz de Galicia`.

O astrofísico Borja Tosar desta que a bola de luz era “um pedaço de um cometa que entrou em altíssima velocidade, deixando um brilho maior que o da lua cheia”.

Este brilho intenso foi o que tornou este fenómeno tão extraordinário.

“Esses bólidos são gerados quando uma rocha de um asteróide se desintegra na atmosfera terrestre”, frisa Madiedo.

De acordo com o projeto SMART, pertencente à rede do Sudoeste Europeu de Bólidos e Meteoros, o Meteoro atravessou Espanha e Portugal no sentido SE-NO.

Foi visível entre os 122km e os 54km de altura, tendo-se desintegrado totalmente sobre o Oceano Atlântico.

A possibilidade da queda de fragmentos é muito reduzida ou nula, quer sobre a Península Ibérica, quer no mar.

O fenómeno foi visível a uma distância de até 800km do local de passagem.

Em entrevista à RTP, o especialista em astronomia, Miguel Gonçalves, afirma que encontrar um material de meteorito é raro, embora estes fenómenos de avistamento de meteoros sejam recorrentes. Sobre o clarão azulado que foi observado, o especialista explicou que será “um meteoro com grande concentração de magnésio”.

Todos os dias, segundo o Miguel Gonçalves, “há cerca de 100 toneladas de material – pequenas rochas, poeiras – que entram pela nossa atmosfera”, que tem a “notável capacidade de incinerar, desgastar cerca de 90 a 95 por cento deste material”.

“O que acabámos de ver é um meteoro. Aquilo que popularmente chamamos de estrelas cadentes”, explicou o especialista. “São pedaços de rochas que entram a velocidades entre os 7 e os 14 quilómetros por segundo”.