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Idosos de Vila Praia de Âncora devem ficar em casa devido a ‘legionella’

O delegado de saúde do Alto Minho recomendou hoje que idosos de Vila Praia de Âncora, Caminha, se “resguardem” durante as investigações sobre a origem do surto de ‘legionella’, que já infetou oito pessoas, recusando motivos para alarme.

“Há um surto em Vila Praia de Âncora. As crianças não são a população alvo da patologia. Mas estamos a recomendar que pessoas com mais idade, e com comorbilidades, se resguardem. Pessoas com mais idade e comorbilidades de Vila Praia de Âncora devem ficar em casa”, disse o delegado de saúde, Luís Delgado, em conferência de imprensa conjunta com o presidente da Câmara de Caminha.

O responsável explicou que há uma “diluição das suspeitas” relativamente ao foco da infeção, mas disse que a “investigação ambiental” se concentra em Vila Praia de Âncora, freguesia do concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, onde residem cinco dos doentes identificados até hoje.

Foram também notificados casos de infeção por ‘legionella’ em residentes nas freguesias de Vilarelho (uma pessoa) e Moledo (duas pessoas), também no concelho de Caminha.

Cinco doentes estão internados no hospital de Viana do Castelo, um deles nos cuidados intensivos.

Os pacientes têm entre 54 e 97 anos.

Segundo Luís Delgado, não está descartada a hipótese de aparecerem mais casos.
O primeiro doente foi notificado às autoridades de saúde na sexta-feira, decorrendo ainda “o período de incubação de 10 dias”, disse.

De acordo com o delegado de saúde, no terreno estão 10 técnicos a fazer a “investigação ambiental” para apurar a origem da bactéria. “Não temos uma suspeita única. Tudo está a ser levantado, todos os equipamentos”, afirmou.

Quanto às infeções registadas nas freguesias de Vilarelho e de Moledo, Luís Delgado indicou que decorrem inquéritos à população, sugerindo que as pessoas se possam ter deslocado a Vila Praia de Âncora, uma vez que o contágio não é feito pessoa a pessoa, mas por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis).

Depois da investigação a vários locais de Vila Praia de Âncora, as análises seguem hoje para o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) no Porto, não se sabendo ainda se terão de ir para Lisboa, pelo que há ainda “um tempo de espera” até que sejam conhecidos os resultados, observou.

Aos residentes em Vila Praia de Âncora, o delegado de saúde recomendou que contactem a Saúde 24 caso apresentem sintomas da infeção por ‘legionella’, estando em causa “um quadro similar a uma gripe”, com “febre, cefaleias, dispneia, nevralgias”.

“Têm de ir ao seu médico ou contactar o SNS 24 para, se for necessário, ir à urgência”, aconselhou.

O responsável garantiu que “não há razão para grande alarme”.

O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, informou que “até à data não existe indicação das autoridades de saúde sobre a necessidade de encerrar qualquer infraestrutura ou equipamento municipal ou privado”, pelo que a autarquia seguirá as recomendações.

“Está em curso a investigação para tentar encontrar a origem deste foco. Há muitos técnicos no terreno. Esperemos ter resultados no mais curto espaço de tempo”, afirmou.

Um total de oito pessoas do concelho de Caminha estão infetadas com ‘legionella’, sendo que o último caso foi detetado na noite de terça-feira, disse fonte da Saúde Pública.

Contactada pela agência Lusa, a fonte da Unidade de Saúde Pública do Alto Minho referiu que os dois últimos doentes a serem identificados na terça-feira, de 74 e os 96 anos, encontravam-se hoje, cerca das 11h34, em avaliação no serviço de urgência do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

Os dois homens residem em Moledo, no concelho de Caminha.