O presidente da União de Freguesias de Reboreda e Nogueira, Fernando Bessa Marinho, mostrou recentemente a sua preocupação em relação à falta de habitação para acolher os migrantes que têm chegado a Vila Nova de Cerveira.
“Temo-nos deparado com a migração a passo acelerado, sem condições. Não temos pessoas a habitar em moradias. Temos aviários de pessoas”, começou por dizer o autarca, durante a sua intervenção no XXVI Congresso da Associação da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, que decorreu em Seixal a 30 de setembro.
“Um inquilino recorreu ao presidente de junta para dizer quantas pessoas habitavam na sua moradia. Ele só tinha alugado a um casal, mas não sabia quantas pessoas moravam lá. O SEF contatou-me e disse-me que uma moradia já tinha passado as 75 pessoas. Só passei um atestado”, frisou Bessa Marinho, deixando um alerta: “Fazem atestados falsos. Já perguntam se os pais têm direito a reforma, caso os tragam.”
“O Governo abriu a migração, mas esqueceu-se da habitação. O Estado tem quartéis vazios. Que façam habitação para colocar tanta gente”, finalizou o autarca, eleito pelo PS.
De acordo com resultados dos Censos 2021 disponibilizados pelo INE, os residentes de naturalidade estrangeira de fora da União Europeia passaram de 414 para 698 em Vila Nova de Cerveira, representando 7,8% da população em 2021, quando representavam 4,5% em 2011, correspondendo a uma variação positiva de 68,6%.
Os residentes de naturalidade estrangeira têm aumentado a sua representação local, correspondendo já a 12,3%.