“Vou prolongar esta luta o máximo que puder.” A garantia é dada por Rui Garcia, o docente de Ponte de Lima que foi colocado em Elvas, no Alentejo, a 430 quilómetros de casa.
Sem conseguir encontrar um quarto para arrendar a um preço acessível, o professor de Educação Física dorme, desde 11 de setembro de 2023, na sua viatura, que apelida de “T0”.
Em entrevista à Altominho TV, lamenta que “não estejam a ser criadas condições para alojar professores”.
“Além do magro salário, ainda temos que suportar rendas altíssimas. Em termos de habitação, os preços são muito elevados. Os salários não têm acompanhado a inflação”, frisa.
Recentemente, depois de ter enviado uma carta endereçada à Câmara Municipal de Elvas, para “dar a conhecer” a sua realidade, o professor revela que recebeu um telefonema da DGAE [Direção-Geral da Administração Escolar]: “Informaram que conheciam a minha realidade e que tinham para mim um quarto num T4 partilhado, em Portimão, a 360 quilómetros de Elvas. Parece que estão a gozar comigo. Pensei que estavam a oferecer uma residência para férias ou para passar o fim-de-semana, mas nunca dão coisas boas aos professores…Isto é rir um pouco para não chorar.”
Rui Garcia, de 57 anos, diz que aguarda agora uma “resposta por escrito” do IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana], ou de “alguma entidade competente”.
“Quero saber se existe algum protocolo entre a autarquia e o IHRU. O nosso ministro disse que estavam a alargar a oferta [fogos habitacionais], estou à espera que trabalhe, mas que trabalhe rápido”, reitera.