Rosy Simões e Aurora Camacho são mãe e filha, e juntas têm uma loja de segunda mão em Valença. Para alguns, pode parecer uma loja de roupa usada, mas para quem as conhece, sabe que ambas tentam ajudar várias associações, pessoas que as procuram, bem como oferecer roupa, material de casa e outros elementos a quem precisa.
Esta ideia surge por parte de Rosy, com quem estivemos à conversa, que propôs à mãe abrir uma loja de roupa, visto que antes da pandemia, esta estava a cargo de uma associação com artigos a um euro. Após o fecho deste espaço, Rosy conta que “a mãe começou a ficar mais em casa” e que, por preocupação, perguntou-lhe se “gostava de abrir uma loja para estar entretida, para ajudarmos várias pessoas e mais associações.”
À conversa, é fácil perceber que, tanto mãe como filha, têm apenas um objetivo: “ajudar”. “Ter uma roupa barata para ajudar quem cá vem”. Com 95% da sua roupa a um euro, a loja compra algumas peças pedidas pelos clientes, sob o mote de “artigos baratos, para vender barato e a preços simbólicos”.
Sendo assim, Rosy conta que, por vezes, vender roupa torna-se secundário pois “nós vendemos sobretudo para pagar as rendas. Basicamente, o lucro conseguido através da roupa serve para pagar a burocracia de ter um estabelecimento.”
“A roupa é em segunda mão e reutilizada, de modo a conseguir dar-lhe um novo uso, até mesmo por questões ambientais” conta Rosy. No entanto, a loja abrange muito mais, desde sacos de fraldas, a loiças e mobília, de lençóis a edredões, de roupa de bebe a cadeiras. Assim, vários destes artigos são dados e oferecidos a associações, ou até mesmo pessoas que já conhecem o estabelecimento e procuram este auxílio.
Quando questionada acerca de algumas ajudas, Rosy revela já ter ajudado famílias e sem abrigos, com roupas e, por exemplo, mobílias para serem vendidas em feiras. Além disso, fazem voluntariado em associações de animais da região, como a Gatos de Todos, em Valença, e a ALOIA de animais em Tui, contando também com contribuições para algumas associações de crianças.
Contudo, Rosy destaca que, por muito que ajudem várias pessoas e associações, ambas “continuam a ter uma loja, com artigos para vender”, nunca esquecendo que “não somos uma associação”.
Rosy afirma que, muitas vezes, surgem pessoas com histórias, dúvidas e a pedir esclarecimentos acerca de vários tópicos. “Nós tentamos sempre fornecer informações acerca do que for necessário e do que soubermos e conseguirmos, seja com problemas a procurar emprego, ou de habitação. Acho que aí está a diferença” explica a entrevistada que afirma que muito daquilo que faz para ajudar, é sempre por vontade própria, partindo de um lugar “genuíno e de compaixão”.
Como a roupa que vendem é em segunda mão, as duas explicam que “quem quiser vir deixar roupa, pode contactar através das redes sociais. No entanto, e como a melhor publicidade anda de boca em boca, as pessoas que já nos conhecem, sabem que podem deixar os sacos de roupa na porta da loja, caso esteja fechada, ou entregar diretamente a quem cá esteja”.
Muito mais do que uma loja de roupa, Rosy e Aurora, mãe e filha, vão auxiliando quem pede, fazendo sempre “as coisas com pureza e de coração”.