A Câmara de Caminha vai alargar o projeto “Reciclar a Compostar” a todo o concelho, com a aprovação de uma segunda candidatura que reforça a dotação inicial conseguida na primeira fase, num investimento total de mais de 84 mil euros.
Segundo a autarquia, quem vive em Caminha e ainda não tem um compostor doméstico pode agora consegui-lo. “Depois de uma primeira fase, a segunda disponibiliza equipamentos para todo o concelho, bastando que os candidatos sigam o procedimento habitual inscrevendo-se junto da Câmara Municipal, através do formulário próprio que se encontra online”, explica em comunicado.
A operação “Reciclar a Compostar” tem como objetivo “a redução do envio de biorresíduos para aterro, através da promoção da sua separação na origem e valorização para compostagem, através da implementação de medidas de incentivo e promoção da compostagem doméstica junto da população local e das entidades parceiras”.
O projeto “Reciclar a Compostar” inclui-se no âmbito das estratégias delineadas pelo município de Caminha na área da sustentabilidade ambiental, nomeadamente no que se refere ao desenvolvimento de um sistema de recolha de biorresíduos, promovendo a redução da deposição em aterro.
A autarquia apresentou candidatura a financiamento para implementação do projeto e a sua aprovação viabilizou a execução de uma primeira fase. “Reciclar a Compostar” preconiza a estratégia do município de Caminha no domínio de gestão de resíduos urbanos e do seu papel na transição para um modelo de economia circular, conforme previsto no Plano de Ação PAPERSU 2020 aprovado pelos órgãos municipais.
O projeto em curso “prevê a promoção, junto da população local e das entidades parceiras, da compostagem doméstica através da distribuição porta-a-porta de compostores, distribuição nos estabelecimentos escolares do concelho e ainda aos utilizadores de parcelas das Hortas Urbanas – Quinta da Barrosa, incentivando à reciclagem na origem e à transformação de biorresíduos em composto”.
Neste âmbito, o município adquiriu compostores domésticos, para distribuição em duas freguesias do concelho (União da Freguesias de Caminha e Vilarelho e na freguesia de Vila Praia de Âncora), aos utilizadores de parcelas das Hortas Urbanas – Quinta da Barrosa, bem como aos 23 estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas do concelho.
Em outubro de 2022, o município apresentou candidatura ao programa “RecolhaBio – Apoio à Implementação de Projetos de Recolha Seletiva de Bioresíduos”, do Fundo Ambiental, para financiamento do projeto “Reciclar a Compostar (2ª Fase)”, com um investimento previsto de 47.847 euros (IVA incluído), e que mereceu aprovação. Ao todo, serão investidos 84.327 euros.
De acordo com a autarquia, a segunda fase do projeto “pretende complementar as ações em curso no concelho, alargando a área territorial de abrangência”, estando prevista a implementação de medidas de promoção da redução de deposição de resíduos de aterro, através da recolha seletiva de biorresíduos, nomeadamente ao nível da contentorização, nos eventos de grande dimensão promovidos pelo município, promoção da compostagem doméstica nas restantes 12 freguesias do concelho e nas diversas instituições particulares de solidariedade social do concelho, promoção da compostagem comunitária nas freguesias de Lanhelas, Seixas, União das freguesias de Caminha e Vilarelho, União de Freguesias de Moledo e Cristelo, Vila Praia de Âncora e Âncora e concretização de iniciativas e atividades de sensibilização e de capacitação que contribuam para a adequada separação, para a divulgação da localização dos equipamentos, para a correta utilização dos equipamentos e para a utilização do composto resultante do desvio e reciclagem na origem dos biorresíduos.
O município pretende, assim, adquirir compostores domésticos e baldes para deposição de resíduos, para distribuição aos agregados familiares das freguesias de Âncora, Vile, Riba de Âncora, Seixas, Lanhelas, Vilar de Mouros, Argela, Dem, União das Freguesias de Arga (Baixo, Cima e São João), União das Freguesias de Moledo e Cristelo, União de Freguesias de Gondar e Orbacém e União de Freguesias de Venade e Azevedo.
A promoção da compostagem doméstica será também realizada junto das diversas Instituições de Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho que pretendam aderir. Em todos estes estabelecimentos existe produção de biorresíduos, quer de origem alimentar, dos refeitórios e cozinhas, quer resíduos verdes, com origem nos jardins e hortas existentes nos mesmos. Estes motivos, aliados à importância do projeto em termos ocupacionais para os utentes das instituições em causa justificam a implementação e o seu envolvimento no projeto.
Como projeto-piloto no âmbito da compostagem comunitária “pretende-se ainda implementar seis ilhas de compostores comunitários, em espaço público ou em áreas condomínios residenciais, envolvendo as juntas de freguesia, bem como os seus colaboradores, nomeadamente ao nível da gestão desses equipamentos e ao nível da sensibilização da população”.
“Prevê-se que sejam abrangidas pela instalação das ilhas de compostores comunitários as freguesias da área urbana do litoral do concelho, por serem aquelas onde existe um maior número de edifícios de habitação coletiva e moradias sem logradouro ou jardim que permitam a instalação de compostor doméstico. Serão abrangidas por estes equipamentos as freguesias de Lanhelas, Seixas, União das freguesias de Caminha e Vilarelho, União de Freguesias de Moledo e Cristelo, Vila Praia de Âncora e Âncora”, lê-se na nota enviada à imprensa.
O projeto inclui ainda a “implementação de recolha seletiva de biorresíduos, nomeadamente ao nível da contentorização, nos eventos de grande dimensão promovidos pelo município”. Para este efeito, serão adquiridos contentores destinados à deposição dos resíduos orgânicos produzidos nas diversas unidades do sector de restauração que habitualmente estão presentes nos eventos referidos. A recolha seletiva dos resíduos alimentares será articulada evento a evento, de acordo com os procedimentos de recolha de resíduos planeados para cada um.
A concretização de iniciativas e atividades de sensibilização e de capacitação está prevista através da “realização de diversas ações de sensibilização, informação, formação e comunicação dirigidas aos público-alvo e às entidades parceiras”. “Serão produzidos conteúdos, a disponibilizar no site e plataformas digitais do município, bem como realização de diferentes campanhas de comunicação”, conclui a autarquia.