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Padre Ricardo Esteves: “Pedofilia é uma doença e deve ser julgada”

Numa entrevista concedida à Altominho TV, que será lançada amanhã, sábado, pelas 19h00, o padre Ricardo Esteves abordou vários assuntos que marcam a atualidade.

Questionado sobre alguns temas controversos na religião católica, como é o caso da comunidade LGBT, o sacerdote afirma que a Igreja “deve ter uma abertura diferente”.

“Nós sabemos que no tempo de Jesus já existia homossexualidade e ele conviveu com pessoas deste tipo de realidade sexual e nunca fez disparidade entre ninguém. Acho que é um desafio grande que vai enfrentar, mas gostaria que a Igreja, da qual todos fazemos parte, o enfrentasse de coração aberto. Cada um tem a sua sexualidade e acho que isso há que respeitar”, defende o padre Ricardo Esteves, de 39 anos.

Sobre os casos de abusos sexuais a menores por membros da Igreja Católica, outro tema sensível da atualidade, Ricardo Esteves é peremptório.

“Temos que entender que os casos de pedofilia têm de ser julgados. Qualquer situação que nós conheçamos de pedofilia deve ser acusada, condenada e julgada, quer seja padre, quer seja pai, quer seja mãe. Não estou a dizer que é isenta de perdão, isso é depois com Deus, mas tem que haver justiça”, alerta, acrescentando: “Gostava que as pessoas entendessem que a Igreja é feita por homens e mulheres e nós padres, bem como os leigos que participam na eucaristia, somos pessoas fracas, somos pecadores. Com isto não estou a justificar que a pedofilia é uma fraqueza. Não. Para mim é uma doença e deve ser julgada. Agora acho que a Igreja deve ser preservada, até porque a Igreja é santa, não foi criada pelos homens, foi criada por Jesus.

Depois de dez anos em Caminha, onde esteve à frente das paróquias de Seixas, Lanhelas e Vilar de Mouros, Ricardo Esteves é agora responsável por cinco paróquias no concelho de Valença: Gandra, Taião, Sanfins, Boivão e Gondomil.