A adoção de modelo de trabalho com uma semana de quatro dias pode levar a turnos de nove horas por dia, de acordo com o texto do projeto-piloto que vai ser apresentado esta quarta-feira na Concertação Social.
De acordo com a TSF, que teve acesso ao documento, a experiência para um novo modelo semanal de trabalho vai decorrer na segunda metade do próximo ano, mas apenas no setor privado, embora aberta a todas as empresas do mesmo.
No projeto não está prevista qualquer “contrapartida financeira” por parte do Estado que, ainda assim, garante “suporte técnico e administrativo para apoiar a transição” para o novo modelo.
Os primeiros seis meses do próximo ano vão servir para preparar as empresas que queiram participar projeto. O cronograma divulgado revela que as sessões de esclarecimento já terão começado neste mês de outubro e decorrem até janeiro.
Em fevereiro são escolhidas as empresas que vão fazer parte da experiência “com uma duração de seis meses, voluntária e reversível, com o apoio expresso dos trabalhadores”, lê-se.
Confirmada a participação, cabe às empresas mudar, a partir de junho e por seis meses, os horários dos trabalhadores. Tal implica, então, uma redução das horas semanais de trabalho sem que haja corte salarial: ou seja, a semana de 40 horas pode passar a ser de 36, 34 ou 32, que implicam nove, oito e meia ou oito horas diárias de trabalho. O modelo é definido por “acordo entre a gestão e os trabalhadores”.
Quanto ao número de participantes, a experiência “tem de envolver a grande maioria dos trabalhadores, exceto para grandes empresas onde pode ser testado em apenas alguns estabelecimentos ou departamentos”.