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Viana do Castelo vai ter sistema para gerir manutenção de pontes e obras de engenharia

O concelho de Viana do Castelo vai dispor, dentro de seis meses, de um sistema avançado de apoio à gestão das 54 obras de arte de engenharia civil existente no concelho.

A base de dados vai ser criada pelo departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho (UM), ao abrigo de um protocolo celebrado com a Câmara de Viana do Castelo, e apresentada esta terça-feira numa sessão na biblioteca municipal, desenhada por Siza Vieira para a frente ribeirinha da cidade.

Na sessão, o ainda presidente da Câmara de Viana do Castelo, o socialista José Maria Costa, destacou a importância do “bilhete de identidade” que cada uma das obras de arte do concelho passará a ter para “prevenir acidentes como o que ocorreu com a ponte Hintze Ribeiro” que ligava as margens de Entre-os-Rios, em Penafiel, e Castelo de Paiva, sobre o rio Douro, e que colapsou em 2001.

“É um projeto inovador no concelho, na região Norte e no país”, destacou José Maria Costa.

O autarca disse que “em Portugal não há uma cultura de prevenção”, realçando a importância do sistema de apoio à gestão de obras de arte hoje apresentado como “garante da segurança dos cidadãos”.

“Este trabalho do departamento de Engenharia Civil da UM vai permitir fazer uma aferição muito concreta do estado de cada uma das nossas obras de arte”, reforçou.

Nos próximos seis meses vai ser realizado o levantamento do estado de cada uma das 54 peças de arte de engenharia civil existentes no concelho, trabalho que resultará numa plataforma que permitirá ao município fazer uma gestão das intervenções de manutenção daquele património.

O diretor do departamento de Engenharia Civil da UM, Rui Ramos, destacou que o trabalho que se vai agora iniciar “não servirá para ajudar a resolver problemas, mas antes a prevenir os problemas que possam surgir com as obras de arte de Viana do Castelo”.

O responsável realçou ainda a importância deste estudo para a “formação dos alunos de Engenharia Civil” da UM e para a “interação da universidade” com entidades e instituições “nacionais e internacionais”.

O professor José Campos Matos destacou que a Câmara de Viana do Castelo “é a primeira a ter um sistema avançado, em parceira com uma instituição científica, que fornece o seu ‘know-how” para ajudar a cuidar melhor” do património.

“Isto revela que os decisores políticos andam atentos e estão preocupados com a conservação das suas obras de arte de engenharia civil. A Câmara poderá fazer uma planificação mais inteligente da manutenção das obras, quando tem de ser feita. Não interessa fazer a mais, nem interessa a escassez de manutenção”, alertou.

Segundo José Matos Campos, “o levantamento de campo vai decorrer nos próximos seis meses”, com “uma inspeção a todas as obras de arte existentes no concelho e atendendo a critérios como os fatores de risco”.

“Este sistema vai ajudar a tratar bem as obras de arte, a prevenir acidentes como o que aconteceu com a ponte Hintze Ribeiro”, realçou, referindo que “esta plataforma vai permitir prevenir”.

O professor de engenharia civil garantiu que o sistema avançado será de “fácil acesso e utilização, robusto e inovador para ajudar a autarquia a melhor gerir as obras de arte”.

Também presente na sessão, o vice-reitor da UM, Eugénio Ferreira, congratulou-se com o protocolo de colaboração estabelecido entre a universidade e a Câmara Municipal e afirmou que o ditado popular “mais vale prevenir do que remediar é o mais apropriado” para definir o trabalho que vai agora ser iniciado em Viana do Castelo.