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PCP exige medidas para travar aumento “acentuado” do desemprego no Alto Minho

O PCP exigiu hoje medidas defesa dos postos de trabalho, de apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME) e a garantia de que “ninguém fica sem apoio” face ao aumento “acentuado” do desemprego no Alto Minho.

Há um aumento acentuado do desemprego no distrito de Viana do Castelo comparativamente à região Norte e ao país, sobretudo nos concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Valença e Monção“, afirmou hoje João Correia, membro da Direção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP.

Para o responsável, e de acordo com os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que apontam para um aumento do desemprego no distrito de Viana do Castelo de 36,1%, entre fevereiro e dezembro de 2020, contra 20,9% na região Norte e, 27,5% no país, a pandemia de covid-19 “não justifica tudo”.

“São números que pecam por defeito. São relativos a trabalhadores que estão inscritos no IEFP, porque há milhares de trabalhadores que não estão. É o chamado trabalho informal, ou que aqueles que estão em formação profissional e que não contam para as estatísticas. Se contassem como desempregados, os números seriam muito superiores”, disse, num encontro com os jornalistas.

Segundo João Correia “a gravidade da situação ganha contornos mais preocupantes quando se verifica que uma parte significativa dos desempregados não têm acesso ao subsídio de desemprego, situação que também no distrito de Viana do Castelo assume maiores proporções“.

De acordo com os dados divulgados pela DORVIC do PCP, “em dezembro de 2020 dos 5.925 desempregados inscritos no IEFP, 3.385 recebiam subsídio de desemprego”, alertando para a necessidade de “serem tomadas medidas de proteção dos trabalhadores que ficaram sem rendimento”.

“Defendemos que deve ser alargado o tampo de atribuição do subsídio de desemprego, não precarizar o mercado de trabalho, não utilizar mão-de-obra através de empresas de trabalho temporário, efetivar trabalhadores que cumpram trabalho permanente. Há várias formas de aliviar a situação de precariedade destes trabalhadores”, sustentou.

“A situação impõe uma decidida política de valorização dos salários e dos direitos dos trabalhadores, protegendo o emprego e as condições de trabalho, o apoio efetivo às micro e pequenas empresas, nomeadamente do pequeno comércio e do setor da restauração, a braços com uma quebra abrupta de atividade, a resposta às dificuldades e que estão mergulhados os trabalhadores e os agentes da cultura”, insistiu.

João Correia destacou o aumento do desemprego no concelho de Viana do Castelo, “com mais 724 pessoas sem trabalho, passando de 1.623 para 2.347 desempregados”.
“Ponte de Lima também teve um aumento acentuado com mais 222 desempregados, assim como Valença, com mais 123 e Monção com mais 115. Estamos preocupados com estas famílias que vêm os seus rendimentos diminuídos, limitados ou que ficam sem eles para garantir o seu sustento e que estão em dificuldades”, reforçou.

Para o PCP, “o vírus pode matar, e é preciso tomar todas as medidas para travar a sua propagação e defender todas as vidas, mas não podemos esquecer aqueles que têm a sua vida em risco de ser destruída porque perderam o emprego, o seu salário, perderam direitos individuais e coletivos”.

O PCP “destaca a necessidade de medidas de prevenção e contenção do vírus, que passam essencialmente pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“Medidas que não têm encontrado respostas nos sucessivos estados de emergência que, mais do que dar resposta à epidemia, têm servido para justificar restrições aos direitos, à atividade de milhares de micro, pequenas e médias empresas e à destruição do tecido associativo, ao mesmo tempo que fomentam um ambiente de medo e repressão que tem sido aproveitado para despedir e atacar direitos, acrescentando crise à crise”, reforça o partido.