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Ponte de Lima investe 800 mil euros no Caminho para Santiago de Compostela

A Câmara de Ponte de Lima informou hoje da aprovação de uma candidatura de mais de 800 mil euros, para investir a partir deste ano, na valorização do Caminho português para Santiago de Compostela, capital da Galiza.

Em comunicado, o município do distrito de Viana do Castelo adiantou que a candidatura apresentada ao Norte2020, “incluiu vários projetos de restauro e qualificação de espaços associados ao Caminho Português para Santiago de Compostela”, sendo que o investimento, no valor total de 812.609 euros e com uma taxa de comparticipação de 85%, tem previstas várias ações para este ano”.

“Já avançou a requalificação do Caminho e Ponte do Arquinho. Prevê-se também o restauro integral, e abertura ao público, de uma das poucas capelas dedicadas a Santiago de Compostela, outrora pertencente à Casa de Bragança e, antes desta, à Igreja Compostelana, em pleno Caminho Português de Santiago, na freguesia da Correlhã”, especificou a autarquia presidida por Victor Mendes (CDS-PP).

Segundo a nota hoje enviada às redações, além da capela está prevista intervenção “no atual museu dos Terceiros, extinto convento franciscano do século XV, que teria uma das mais antigas hospedarias onde pernoitavam peregrinos”.

Em 2021 “estão programadas várias atividades de animação e promoção do Caminho, como são exemplo as ‘work meetings’, promovidas em parceria com a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, exposições e dinamizações alusivas ao tema.

Da candidatura agora aprovada consta ainda a “conservação e restauro da capela abrigo do Anjo da Guarda, classificada como Monumento Nacional, de importância singular dado tratar-se de um exemplar medieval, de traça arquitetónica invulgar”.

“O município de Ponte de Lima, que integra os órgãos da Associação do Caminho Português de Santiago, tem apoiado várias iniciativas, entre elas a candidatura da Associação à Bolsa American Pilgrims on the Camino Association, reforçando agora o empenho na promoção do caminho de peregrinação, com ações estruturais, fundamentais para divulgar um dos itinerários culturais mais importantes do nosso país”, destaca a autarquia.

Os Caminhos de Santiago são uma rota milenar seguida por milhões de peregrinos desde o início do século IX, altura em que foi descoberto o sepulcro do apóstolo Santiago Maior em Santiago de Compostela, na Galiza (Norte de Espanha). Desde essa altura, milhares de pessoas de todo o mundo percorrem os caminhos que conduzem à catedral para venerar as relíquias do santo.

Construída entre 1075 e 1128, a catedral de Santiago de Compostela está encerrada ao público desde 13 de março, devido à pandemia de covid-19.

Em Santiago de Compostela celebra-se o Ano Santo, também conhecido por Jubileu, sempre que o dia 25 de julho, dia de Santiago Maior, coincide com um domingo. Sucede numa sequência temporária de seis, cinco, seis e onze anos e é celebrado desde a Idade Média, por disposição papal. O próximo acontecerá a 25 de julho de 2021.

Os Caminhos de Santiago atravessam Portugal de sul para norte.

Atualmente podem identificar-se três percursos principais: o Caminho da Costa que parte do Porto e atravessa o Minho até Espanha, o Caminho Interior, que liga Viseu a Chaves, com saída para Espanha por Vilarelho da Raia, e o Caminho Central Português que sai da Sé de Lisboa e passa por Tomar, Coimbra até entrar no Porto e seguir depois para Norte.

A catedral de Santiago é o quarto monumento mais visitado de Espanha, e foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1896, sendo que o conjunto da cidade velha de Santiago de Compostela está classificado como Património Mundial da UNESCO.

Em 2019, o Caminho de Santiago atingiu, pelo terceiro ano consecutivo, um novo recorde, com 350 mil peregrinos a chegar à capital da Galiza (noroeste de Espanha) pelos diversos percursos, com destaque para os caminhos Francês e Português.

Segundo a agência espanhola, EFE, em 2017, o Caminho de Santiago atingiu pela primeira vez os 300 mil peregrinos, um número que em 2018 chegou aos 327.378 mil peregrinos, um novo recorde, sendo que nenhum desses anos era Ano Santo (Jacobeu), um facto que vai acontecer em 2021 e que não sucede desde 2010.