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Comunidade Intermunicipal do Alto Minho disponibiliza-se para ativar unidade de retaguarda

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho disponibilizou-se para ativar um “hospital de retaguarda”, mas realçou que a abertura está dependente da unidade local de saúde, cujo presidente manifestou dúvidas acerca desta opção.

“Numa mensagem aos responsáveis da Saúde (Unidade Local de Saúde do Alto Minho e Segurança Social), o presidente da CIM Alto Minho manifesta a disponibilidade para a ativação do Hospital de Retaguarda do Centro Cultural [de Viana do Casteo] para apoiar os idosos com covid-19 que não necessitam de cuidados médicos urgentes”, refere, em comunicado, o presidente da CIM do Alto Minho, José Maria Costa.

O também presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo argumenta ainda que, com a entrada em funcionamento desta unidade, a que chama “hospital de retaguarda”, seriam apoiadas as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do Alto Minho que têm dificuldades em tratar “da melhor forma os idosos com covid-19 positivo”.

“A abertura aguarda apenas que a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) disponibilize os recursos e profissionais de saúde necessários”, sublinha.

No entanto, à Lusa, o presidente da ULSAM declarou que há, “em primeiro lugar, que cumprir as normas e diretivas da Direção-Geral da Saúde (DGS), concorde-se ou não com elas”.

“Caso contrário ninguém se entende”, afirmou o presidente da ULSAM, Franklim Ramos.

Franklim Ramos realça a importância do cumprimento rigoroso das normas e diretivas emanadas pela DGS para que tudo funcione, mas admite que há também “problemas locais e focais” que têm que ser analisados, caso a caso.

“A unidade local de saúde não tem uma função residencial nem social. A ULS não se pode substituir aos lares. Quem toma as decisões para onde é que vão os doentes é a autoridade de saúde, ou seja, o delegado de saúde distrital”, sustentou.

O presidente da ULSAM explica ainda que, em muitas das estruturas que são designadas de hospitais de retaguarda, como é o caso do centro cultural de Viana do Castelo, essa designação é feita “abusivamente”.

“Na maioria dos casos são locais destinados a pessoas que não têm condições de isolamento nas suas habitações ou por falta de apoio familiar ou de cuidador. E são de uma grande utilidade nesses casos”, afirmou.

Reportando-se ao caso da unidade de retaguarda do centro cultural de Viana do Castelo, sublinha que esta pode vir a ser muito útil para todos os processos relacionados com a Segurança Social ou até numa situação complexa, “mas não é um hospital no sentido do termo”.

Quanto aos doentes de lares, explica que aqueles que têm “critérios clínicos” para serem internados estão a sê-lo no hospital de Viana do Castelo.

“Quando os doentes não têm esses critérios de internamento são devolvidos para as suas casas ou para os lares. Os profissionais de saúde da ULS e dos cuidados de saúde primários estão a fazer um excelente trabalho”, frisou.

Já o presidente da CIM Alto Minho argumenta: “A situação é de grande urgência face às grandes dificuldades das equipas e recursos técnicos das IPSS garantirem os melhores cuidados e de não infetarem os restantes utentes das instituições que acolhem idosos”.