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Empresários de Viana do Castelo consideram medidas de apoio insuficientes

A Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) considerou hoje que as medidas de apoio à economia e de manutenção de emprego anunciados pelo Governo “não são suficientes nem tratam da mesma maneira todos os setores de atividade”.

Em comunicado, a AEVC reivindica “novas medidas e apoios”, como, entre outras, a “bonificação das taxas de juro associadas às linhas de crédito hoje anunciadas, o apoio excecional à família para trabalhadores por conta de outrem, prevendo-se também o pagamento das ausências destes fora dos períodos de interrupção letiva, e a impossibilidade de, durante o período de contingência, não ser possível fazer ações de despejo de inquilinos por falta de pagamento das rendas”.

O Governo anunciou hoje medidas de apoio às empresas que garantem aumento de liquidez próximo dos 9.200 milhões de euros, dos quais 5.200 na área fiscal, 3.000 na de garantias e 1.000 na contributiva.

Para a instituição, que representa cerca de 1.100 associados, “é imperioso que o setor do comércio e serviços tenha também acesso aos apoios agora mencionados”.

“O comércio representa mais de 700.000 ativos, dos quais 500.000 a trabalhar em micro, pequenas e médias empresas. Os restantes serviços empregam mais de um milhão de trabalhadores. Os apoios terão de ser urgentemente operacionalizados para chegarem o mais rapidamente possível à economia”, adianta a nota.

Na terça-feira, a AEVC apelou à implementação de “procedimentos e processos simples e rápidos” nos acessos das empresas afetadas pela pandemia da Covid-19.

Numa carta aberta enviada ao ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, a AEVC acrescenta também que “urge” uma “atitude colaborativa e interventiva de todos os agentes para a rápida disponibilização dos apoios, moratórias para empresas e particulares sem ou com reduzida liquidez, solidariedade e cooperação interinstitucional”.

Segundo números avançados à Lusa pelo presidente da instituição, Manuel Cunha Júnior, cerca de 80% das 600 lojas comerciais instaladas na área urbana de Viana do Castelo fecharam portas por causa da pandemia.

O responsável explicou que “aquela estimativa resulta de um levantamento que está a ser feito junto do comércio, cafés e restauração na cidade de Viana do Castelo”.

Segundo o presidente da AEVC, “o tecido empresarial instalado em todo o concelho de Viana do Castelo integra cerca de 3.400 empresas, perto de 1.000 dos setores de hotelaria, restauração e similares”.

“No concelho de Viana do Castelo cerca de 70% das empresas já decidiram encerrar por causa da pandemia de Covid-19”, especificou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).